
A comunidade dos duplos conseguiu finalmente o maior reconhecimento da indústria.
Um novo Óscar competitivo para o trabalho dos duplos será entregue quando a festa mais glamourosa de Hollywood celebrar o seu centenário, foi anunciado na quinta-feira.
O Conselho de Governadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou que os filmes lançados em 2027 serão elegíveis para a categoria de Melhor Design de Duplos (tradução literal).
"Desde os primórdios do cinema que o trabalho dos duplos tem sido parte integrante da produção cinematográfica", disseram no comunicado oficial o CEO da Academia, Bill Kramer, e a presidente da Academia, Janet Yang.
"Temos orgulho de homenagear o trabalho inovador desses artistas técnicos e criativos e damos-lhes os parabéns pelo empenho e dedicação para alcançar este momento tão importante", acrescenta o texto.
As regras de elegibilidade e quem votará no vencedor serão reveladas dentro de dois anos.

Como é reconhecido implicitamente no comunicado da Academia, o anúncio é a culminação de uma campanha crescente por uma categoria de "Melhores Stunts" nos Óscares, com os seus apoiantes a argumentarem que a contribuição de artistas anónimos que arriscam as suas vidas e os seus corpos é equivalente à dos técnicos de som, caracterizadores e gurus dos efeitos visuais que já são homenageados.
A Academia tem vindo a expandir os Óscares para criar categorias que reflitam a complexidade da produção cinematográfica: no ano passado, foi anunciada uma para o Melhor Casting, que será concedida pela primeira vez na cerimónia de 2026.
Mas o trabalho dos duplos já é reconhecido em algumas cerimónias de prestígio do cinema e TV, como os Screen Actors Guild, onde "Profissão: Perigo" levou o prémio de 2024.
O filme fez brilhar os heróis anónimos de Hollywood e aumentou a atenção para os riscos do trabalho: a estreia ocorreu numa altura em que já era crescente a pressão na indústria para que os duplos recebesseem mais reconhecimento, incluindo uma categoria própria nos Óscares.

“Pode-se ganhar o Óscar de Melhor Argumento a escrever num anexo durante um ano”, dizia na antestreia Drew Pearce, o argumentista do filme.
"Tem de se literalmente arriscar a morte todos os dias - e não apenas uma 'morte metafórica', mas a morte a sério - para ser um duplo", explicou.
Ryan Gosling e Emily Blunt, os protagonistas do filme, prestaram homenagem aos duplos na cerimónia dos Óscares de 2024 que consagrou "Oppenheimer", apresentando uma montagem em vídeo com sequências de arrepiar os cabelos, de Charlie Chaplin até os filmes "John Wick".
“Eles têm sido uma parte crucial da nossa comunidade desde o início do cinema”, disse Gosling na cerimónia.
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