Nos primeiros 10 dias de estreia, "Han Solo: Uma História de Star Wars" apenas conseguiu 264 milhões de dólares a nível mundial, estando muito longe de dominar as bilheteiras como era esperado há apenas duas semanas.
A situação é especialmente má nos EUA: 149 milhões, contra os 285 que tinha "Rogue One" (2016), o primeiro "spinoff" da saga, e os 368 do controverso "Episódio VIII - Os Últimos Jedi", que estreou apenas há seis meses.
Num relatório destinado aos investidores relacionado com o investimento em ações na Disney, mas suficientemente abrangente ao ponto de refletir sobre as questões da cultura popular relacionadas com o novo filme (pode ser lido aqui em inglês), Doug Creutz diz que a culpa não é, como tem vindo a ser sugerido, dos problemas de produção (o despedimento dos primeiros realizadores, mudanças no argumento) ou uma fadiga relacionada com a estreia cinco meses apenas após "Os Últimos Jedi".
Este importante e respeitado analista dos "media" em Wall Street também contraria os que acham que os maus resultados estão relacionados com a animosidade que têm muitos fãs precisamente ao filme de dezembro: "Se a saga conseguiu sobreviver a 'A Ameaça Fantasma' (1999) e 'Ataque dos Clones' (2002), achamos difícil de acreditar que 'Os Últimos Jedi' possa ter causado tantos prejuízos".
O novo filme, também prevê, deverá ficar pelos 200 milhões de receitas nos EUA, o que, dado o grande orçamento e custos de marketing, significa que "poderá mesmo dar prejuízo".
Os problemas de bilheteira têm vindo a sugerir que os espectadores estão com fadiga, mas Doug Creutz escreve que "provavelmente não é o caso e que o maior problema de 'Han Solo' foi uma estranhamente (para a Disney) fraca campanha de marketing."
Entre os pecados que são apontados, o principal é que a campanha não terá conseguido vender de forma persuasiva Alden Ehrenreich como um jovem Han Solo e faz uma comparação com o que aconteceu no primeiro "spin off", chegando ao ponto de notar que os primeiros trailers foram lançados respetivamente 247 e 108 dias antes da estreia dos filmes.
"Os primeiros 35 segundos do trailer [de "Rogue One"] focam quase exclusivamente Felicity Jones como a protagonista Jyn Erso, vendendo-a como uma nova heroína da saga. A segunda metade é dominada pela ameaça do Império e a voz de Forest Whitaker, e praticamente grita 'Épico' ao espectador, antes de fechar com outro plano heróico de Jones", escreve Doug Creutz.
Já o primeiro teaser de "Han Solo" tinha "apenas 10 segundos" em que se via claramente o rosto de Ehrenreich, o que foi, "na nossa opinião, longe de ser suficiente".
Notando os problemas de bastidores que afetaram três dos quatro filmes "Star Wars" feitos desde que a Disney comprou a Lucasfilm em 2012, o analista diz não ter a certeza das causas, "principalmente comparado com a Marvel [também da Disney], que parece ser uma máquina incrivelmente bem oleada", mas sugere a promoção a uma posição de maior influência de Dave Filoni, a força criativa por detrás das séries de animação "Rebels" e "Clone Wars".
O relatório termina numa nota otimista, prevendo que o "Episódio IX", previsto para dezembro de 2019, "vai correr muito bem nas bilheteiras, provavelmente ultrapassando 'Os Últimos Jedi'".
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