Os realizadores Márcio Reolon e Filipe Matzembacher estrearam há dois anos "Beira-mar", onde retratavam com câmara na mão um subtil processo de "coming-of-age" numa fria praia do sul do Brasil.
Em “Tinta Bruta” o espaço é o da grande cidade, onde um rapaz tímido e socialmente inadaptado só se expande através de um canal na internet. Nele pinta o corpo e exibe-se para "voyeurs".
À sua volta, pequenos ou grandes conflitos vão moldando a narrativa: a irmã que vai embora, privando-o do único laço afetivo que possuía, o processo a que responde em tribunal, um concorrente que lhe rouba ideias e público, um admirador que insiste em conhecê-lo pessoalmente.
O enredo serve para os cineastas trabalharem questões como o abandono (muitas pessoas a sair da cidade onde vivem), a raiva da sociedade (o protagonista sofre perseguições por ser homossexual) e o mundo das relações virtuais – o único lugar onde o protagonista se pode transformar noutra coisa e criar uma ficção com o seu “nickname”, o “GarotoNeon”).
Vencedor do Teddy Award de Melhor Filme na última edição do Festival de Berlim, "Tinta Bruta" é exibido sexta-feira, 21 de setembro, às 22h00.
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