Um cinema de Massachusetts pediu publicamente desculpa às pessoas que estiveram presentes numa sessão especial de "Tubarão" (1975) após alegados comentários sexistas e homofóbicos de Richard Dreyfuss, avançou a comunicação social dos EUA.

Promovido como “Uma serão com Richard Dreyfuss + sessão de 'Tubarão'", os espectadores que se deslocaram no sábado ao cinema The Cabot estariam provavelmente à espera de ouvir a estrela principal do clássico de Steven Spielberg contar histórias e anedotas sobre a rodagem do 'blockbuster' e a sua carreira, que inclui um Óscar de Melhor Ator por "Não Há Duas Sem Três" (1977).

Mas vários relatos e imagens nas redes sociais dão conta que Dreyfuss entrou em palco com um vestido estampado floral, balançando os quadris e a bengala como um taco de basebol, ao som de "Love Story", de Taylor Swift, dizendo que aquele era o momento LGBTQ.

Seguiu-se uma conversa com alegados comentários depreciativos sobre pessoas transgénero, o movimento #MeToo e as mulheres em geral que levou dezenas de pessoas a abandonarem a sala.

O VÍDEO DA ENTRADA.

Na conversa também se terá falado de Barbra Streisand, com quem trabalhou no filme "Louca" (1987), que descreveu como um “génio”, mas também retratou de forma sexista, tal como as mulheres em geral, incluindo a de que 'são tão passivas que é por isso que o filme não prestou'.

"Tubarão"

Nas redes sociais, um dos espectadores que pagaram 300 dólares por bilhete (cerca de 275 euros, à cotação do dia) deu à sessão um título alternativo: "'Um serão de misoginia e homofobia com Richard Dreyfuss'. Desilusão está longe de ser o suficiente para falar daquilo".

O ator ainda não reagiu à controvérsia gerada pelas suas declarações, mas o filho Ben Dreyfuss, um conhecido jornalista e ativista de esquerda, começou por comentar 'Uau, acabei de ver o meu telefone e soube sobre o comportamento nojento e ultrajante de um dos meus parentes'.

Pouco depois, acabou por acrescentar: "Em relação ao meu pai, bem, agora sabem por que me recusei dar-lhe a senha da sua própria conta no Twitter durante uma década. Esta será a minha única declaração sobre o assunto'.

Mas não foi, pois acabou por acrescentar que as redes sociais "deviam adicionar um pouco de código aos algoritmos do género 'não lhe vamos mostrar notícias más ou críticas sobre os seus familiares principais porque provavelmente são a última coisa que deseja ler'”.