Numa decisão que está a causar ondas de choque em Hollywood, o estúdio Warner Bros. "matou" mais um filme, que assim irá parar a um cofre e nunca verá a luz do dia.
O estúdio comandado por David Zaslav cancelou "Coyote Vs. Acme", um filme híbrido em imagem real e animação, apesar de estar pronto a estrear.
A decisão é semelhante ao que aconteceu a "Batgirl" e à animação "Scoob Holiday Haunt!", cancelados em agosto de 2022, com uma notável diferença: estes não estavam prontos e o estúdio disse que não tinham condições para serem lançados.
Tal como aconteceu há um ano, o cancelamento permite uma manobra contabilística: o estúdio assume um prejuízo de atividade de 30 milhões de dólares no filme que custou 70 milhões de dólares, o que fará com que pague menos impostos.
Segundo o Deadline, foi decidido que não valia o investimento que seria necessário fazer para a estreia nos cinemas ou vender a plataformas de streaming que se mostraram interessadas, principalmente a Amazon Prime Video.
Os três filmes cancelados tinham sido aprovados pela anterior administração da Warner Media, atual Warner Bros Discovery.
O filme chegou a ter estreia anunciada para 21 de julho de 2023, a data onde a Warner Bros colocou "Barbie", que se tornou o mais sucesso de bilheteira da sua história.
“Com o relançamento da Warner Bros. Pictures Animation em junho, o estúdio mudou a sua estratégia global para se focar em lançamentos em sala de cinema. Com este novo rumo, tomámos a difícil decisão de não avançar com 'Coyote vs. Acme'. Temos um enorme respeito pelos cineastas, elenco e equipa técnica e estamos gratos pelas suas contribuições para o filme", disse um porta-voz.
Realizado por David Green e com um argumento que tem a mão de James Gunn, realizador de "Guardiões da Galáxia" e um dos presidentes da DC Studios, "Coyote vs. Acme" é um filme inspirado pela personagem da série de curtas-metragens de animação Looney Tunes e um artigo de humor da revista "New Yorker". No seu elenco estão Will Forte, John Cena e Lana Condor.
O Deadline avançou que teve sessões de teste com público muito boas, com resultados 14 pontos acima do que é normal para filmes para toda a família.
Uma das muitas reações positivas que estão a ser partilhadas nas redes sociais após ser conhecida a decisão de cancelar é a de BenDavid Grabinski, 'showrunner' da série "Scott Pilgrim Takes Off", que diz ser "o melhor do seu género desde 'Quem Tramou Roger Rabbit?'", de 1988.
"'Coyote Vs. Acme' é um grande filme. O melhor do seu género desde 'Roger Rabbit'. É comercial. Teve bons testes. Os protagonistas são super simpáticos. Está filmado de forma linda. A animação é excelente. O final comove toda a gente. Pensava que o objetivo deste negócio era fazer filmes de sucesso? isto deixa-me doido. É um grande filme. Baseia-se numa propriedade intelectual imensamente popular. É feito para toda a gente gostar. O que é que andamos a fazer? Realmente não sei como passamos para [...] filmes comerciais extremamente eficazes serem apagados para fins fiscais. Nunca vou perceber isto", escreveu no X, antigo Twitter.
Sem surpresa, o realizador Dave Green ficou arrasado com a decisão.
"Durante três anos, tive a sorte de fazer um filme sobre Wile E. Coyote, a personagem mais persistente, emocionante e resiliente de todos os tempos. Estive rodeado por uma equipa brilhante, que durante anos dedicou a sua alma a este projeto. Estávamos todos determinados a honrar os legados destas personagens históricas e realmente conseguimos. Ao longo do percurso, fomos acolhidos por públicos-teste que nos recompensaram com pontuações fantásticas. Estou muito orgulhoso do produto final e arrasado com a decisão da WB. Mas, no espírito de Wile E. Coyote, a resiliência e a persistência vencem", escreveu na rede social X.
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