Tom Hardy nunca escondeu o seu passado de dependência de drogas e álcool e em entrevista à revista Essentials, a estrela de «Mad Max: Estrada da Fúria» falou honestamente sobre o seu consumo de cocaína, admitindo que tem «sorte em estar vivo».

«Eu era uma estatística suburbana vergonhosa. Foi-me dito muito claramente «Tom, segues por essa estrada e não regressas. É isso. Tudo o que precisas saber», recordou.

«E essa mensagem ficou claramente comigo para o resto dos meus dias», acrescentou, recordado que houve uma fase de tanto desespero que «teria vendido a minha mãe por uma pedra de crack».

Atualmente casado com a também atriz Charlotte Riley, o ator de 37 encontrou a estabilidade da sua vida mas é perseguido pela reputação de ser um «duro».

«Ninguém me ligou nenhuma até começar a ganhar peso, dar pontapés nas pessoas e ser agressivo! [para o filme «Broson» em 2008, onde interpretava um notório criminoso]. O problema com Hollywood é que eles querem que sejas alguma coisa, então eles acham que és quem eles querem que sejas. Não sou um lutador. Sou um pequeno rapaz burguês de Londres».

Outra questão é a imagem que tem sido transmitida de ser alguém com um temperamento difícil de lidar nas rodagens. Numa entrevista à britânica Esquire de abril, o ator afirmou que foi merecida.

«Tenho uma reputação de ser difícil. E sou. Na verdade, sou. Mas não sou irracional. Costumava acontecer que se alguém me magoasse, eu ataca um pouco para que eles parassem. Em última instância é algo que vem do medo. Se causar confusão suficiente, as pessoas nunca mais me voltam a pedir para fazer o que não quero. Mas isso acaba por se virar contra nós após algum tempo pelo que não queremos fazer isso. Amadurecemos».

Recorde-se que Tom Hardy pediu publicamente desculpa ao realizador George Miller na conferência de imprensa em Cannes de «Mad Max» na quinta-feira por ter deixado o seu temperamento levar a melhor durante a produção em 2012 no deserto da Namíbia.

«Filmá-lo [o filme] foi muito difícil de perceber... a dimensão gigantesca do que o George estava a tentar alcançar, não existia forma possível de articular o que vimos naquelas duas horas no cinema», revelou.

«Acho que a coisa mais complicada ou o mais frustrante durante sete meses era tentar saber o que o George queria que eu fizesse em qualquer minuto para que eu pudesse concretizar completamente a sua visão. Porque ele estava a operar um veículo tão grande, literalmente, em tantos departamentos, porque todos os veículos estão a andar e todo o filme é só movimento, eu tenho de pedir-te desculpa [olhando para Miller] porque eu fiquei frustrado. Não havia forma do George conseguir explicar o que ele podia ver na areia quando lá estávamos... eu sabia que ele era brilhante, mas não até que ponto. Agora sei».

«MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA» EM CANNES