De acordo com informação disponível no site oficial do festival, Ana Lua Caiano e Erika de Casier apresentam-se no festival a 4 de julho, dia em que atuam, entre outros, Blondshell, Belle and Sebastian, Khruangbin, Skrilexx e 21 Savage.

O festival refere que na música de Ana Lua Caiano “as raízes populares portuguesas encontram nova vida, através de experimentações eletrónicas deslumbrantes”.

“As suas canções estão enraizadas nas tradições vocais do Portugal rural, onde as histórias do quotidiano são passadas há gerações através de canções e cânones, cujas melodias simples e comoventes ganham nova vida no exuberante e multifacetado universo eletrónico de Ana Lua Caiano”, lê-se no site do Roskilde.

Ana Lua Caiano editou o álbum de estreia, “Vou ficar neste quadrado”, em março deste ano pela alemã Glitterbeat. O disco sucedeu aos EP “Cheguei tarde a ontem” (2022) e “Se dançar é só depois” (2023), nos quais Ana Lua Caiano já era autora das letras e composições, cantava, tocava e produzia.

Nos EP, sentiu que ainda não tinha “autonomia suficiente” nem sabia “o suficiente para conseguir finalizar” os trabalhos e, por isso, contou com ajuda na parte da produção, recordou em entrevista à Lusa em março.

No álbum de estreia, já tratou de tudo sozinha, e a única pessoa com quem colaborou foi o músico Elly Janoville, e apenas porque não sabe tocar flauta.

Ana Lua Caiano espera que o que cria, usando instrumentos tradicionais como o adufe, o tambor ou o brinquinho da madeira, mas também caixas de ritmos, teclado, sintetizadores ou ‘loop stations’, “faça pensar, refletir sobre alguma coisa”.

“Falo muito sobre a realidade e sobre problemas do quotidiano, não de realidades imaginadas. Não é autobiográfico, mas são coisas que me preocupam e que eu ouço, é um bocadinho o espelho de algumas preocupações que vou vendo”, disse.

Antes de se apresentar no festival Roskilde, Ana Lua Caiano tem atuações marcadas no festival Primavera Sound Porto, no festival de arte urbana Wool, na Covilhã, e em Vila Real.

Depois, haverá concertos no Porto, no Artimanha Festival de Artes de Vila Pouca de Aguiar, no Festival Ponte de Lima, no Festival Bons Sons, em Tomar, e no Festival Kalorama, em Lisboa.

Em setembro e outubro tem atuações marcadas em Espanha, em Lugo e em San Sébastian, e em novembro na Noruega, em Tromsø e em Oslo.

Em relação a Erika de Casier, o festival Roskilde refere que a cantora apresenta “r&b [ritmos e blues] e pop eletrónica com presença e elegância”.

Para a cantora, que nasceu em Portugal em 1999, filha de pai cabo-verdiano e mãe belga, onde viveu até aos 10 anos, até se radicar na Dinamarca, esta será a segunda atuação no Roskilde.

A primeira aconteceu em 2022, ano em que editou “Sensational”, o seu segundo álbum, mas o primeiro pela editora britânica 4AD, casa que já lançou nomes como Cocteau Twins, Dead Can Dance, Red House Painters, Grimes, The National e Future Islands.

Antes de seguir caminho em nome próprio e lançar o álbum “Essentials” (2019), em edição independente, Erika de Casier fez parte do coletivo dinamarquês de música eletrónica Regelbau e do projeto Saint Cava, com Andreas Vasengaard.

Este ano editou um novo álbum, “Stills”.

O festival Roskilde decorre entre 29 de junho e 6 de julho e o cartaz inclui artistas e bandas como Foo Fighters, Sza, Doja Cat, Jane’s Addiction, Jungle, PJ Harvey, Jessie Ware, Kim Gordon, Marina Sena e Romy (dos The XX).

Os Moonspell foram os primeiros portugueses a atuar no festival Roskilde, em 1998. Entretanto, o festival da Dinamarca recebeu os Buraka Som Sistema, em 2007, os Throes + The Shine, em 2013, e o projeto Batida, de Pedro Coquenão, em 2015, e a DJ e produtora Violet, na programação musical, e a artista Marisa Benjamim, no programa de artes e debate, em 2019.

O artista Miguel Januário, com o projeto ±maismenos±, foi o primeiro português a participar no programa de artes e debates do festival, na edição de 2018.