Como uma lista, por muito abrangente que queira ser, peca sempre por defeito, o espaço de comentários fica à disposição para outras sugestões de discos que justificam a (re)descoberta. Por agora, fica o nosso top 10 sem ordem de preferência:

A Naifa - "As canções d'A Naifa": O quinto álbum d'A Naifa mostrou o grupo a vestir não só as palavras mas as composições de terceiros. Algumas são canções emblemáticas, outras mais subterrâneas, todas regressaram do passado para um retrato do Portugal de hoje.

Leia a crítica: A Naifa continua a fazer da tristeza graça

Anarchicks - "Really?!": Uma estalada de rock. Foi assim que Catarina, baterista, nos descreveu o disco de estreia das Anarchicks, banda de quatro raparigas dispostas a "falar de amor e outros temas universais" com riffs musculados, atitude... e algum glamour.

Veja a entrevista: Anarchicks, uma estalada de rock no feminino


Deolinda - "Mundo Pequenino": Eles são feitos de histórias, dos pés à cabeça, por isso cá vai: era uma vez quatro amigos que criaram uma personagem que era a Deolinda e a puseram a cantar, a dançar, a ironizar, a reclamar. Os Deolinda fizeram-se à estrada e voltaram com mais histórias, histórias mais cheias de outros sons e ritmos, mas com a mesma alma e mão na anca.

Leia a crítica: O "Mundo Pequenino" dos Deolinda é enorme, pá!


The Glockenwise - "Leeches": Dois anos depois de "Building Waves", os Glockenwise regressaram aos discos com "Leeches" e a mesma fórmula que os tornou os meninos bonitos do rock em Portugal: o elogio do desleixo, muita força nos arranjos e rebeldia em ponto de rebuçado. A vida correu-lhes bem.

Leia a crítica: The Glockenwise sem idade para ter juízo


Linda Martini - "Turbo Lento": "Escolhe um trabalho que ames e não terás de trabalhar um único dia da tua vida". As palavras são de Confúcio, mas o lema é dos Linda Martini. Não houve ordem de despejo da "Casa Ocupada", foi dentro dos seus quatro cantos que aprenderam a amar esta lentidão do turbo. Chegou-nos um disco suado, equilibrado e racional.

Leia a crítica: Os Linda Martini não querem crescer de repente


Noiserv - "Almost Visible Orchestra": O segundo álbum de David Santos nasceu quase exclusivamente da escrita e voz de um homem dos sete instrumentos (aproximação que pecará por defeito) entregue a um novelo de camadas capaz de ser complexo sem se tornar ostensivo. Movendo-se num imaginário entre o melancólico e o infantil, "Almost Visible Orchestra" foi um dos discos do nosso outono.

Veja a entrevista: No estúdio de Noiserv cabe uma orquestra inteira


Octa Push - "Oito": O álbum de estreia dos Octa Push mostrou dois irmãos às voltas com música eletrónica influenciada pela cultura urbana global. Portugal ou África também couberam nestas canções dançáveis e de vistas largas, algumas elogiadas por gente como Thom Yorke, dos Radiohead.

Leia a entrevista: Música eletrónica e africana juntas no álbum de estreia dos Octa Push


Samuel Úria - "O Grande Medo do Pequeno Mundo": Afastado da pinta de ícone pop ou até de artista desvairado, como algumas vezes se mostrou (ou o imaginámos), Samuel úria apontou agulhas para uma mão cheia de baladas e outros tantos temas densos sobre derrotas e maneiras de lhes dar a volta. O resultado não foi menos do que genial.

Leia a crítica: Touché, Samuel Úria!


Sérgio Godinho - "Caríssimas Canções": De Elvis a Tony de Matos, dos Rolling Stones a Pixinguinha, dos Doors a Zeca Afonso. Depois do livro e dos concertos, as "Caríssimas Canções" de Sérgio Godinho tiveram direito a disco ao vivo, a derradeira prova de que a lista de homenageados é mais conciliável do que poderia parecer à partida. Pelo menos quando são revistas por esta voz...

Leia a entrevista: Sérgio Godinho edita álbum ao vivo em torno das suas "caríssimas canções"


Vários - "Voz e Guitarra 2": As versões estiveram decididamente em alta na música que se fez por cá em 2013. Depois d' A Naifa e Sérgio Godinho, "Voz e Guitarra 2" juntou uma galeria de ilustres para a revisão de clássicos (ou pérolas esquecidas) de uma galeria não menos marcante. Dead Combo, Márcia, Sara Tavares ou Samuel Úria assinaram algumas das nossas releituras preferidas.

Leia o artigo: Mais de 30 músicos despem canções para voz e guitarra