"Quando olho para trás, o primeiro disco que sinto que comprei não por qualquer influência exterior mas porque era uma coisa que me excitava e agradava bastante foi o «Boom», dos Sonics", relembra Paulo Furtado.
O álbum da banda norte-americana, editado em 1966, foi o catalisador de uma relação mais próxima com o rock. "Provavelmente o segundo terá sido um disco dos Cramps e a partir daí parti para o rock n' roll, o blues e o punk rock. Tiveram uma importância bastante grande em tudo o que ouvi e desenvolvi daí para a frente", explica o editor convidado do SAPO Música.
Décadas depois, e com muitos discos ouvidos e gravados pelo meio, Tigerman continua a ser surpreendido por alguns nomes veteranos e destaca dois exemplos recentes: "Curiosamente são ambos velhinhos e, quando já não esperava que viesse nada de muito interessante dali, vieram dois discos incríveis. Um deles é o Stan Ridgway, vocalista dos Wall of Voodoo, cuja carreira a solo nunca tinha sido muito interessante mas agora fez um disco fantástico, «Neon Mirage». Quem também fez um álbum fantástico, apesar de ter uns 30 convidados que supostamente assustariam um bocadinho à primeira vista, uma vez que nem todos são assim tão interessantes como isso, foi o Jerry Lee Lewis no «Mean Old Man»".
"Ah, e também gostei do disco dos Grinderman", acrescenta, ou não fosse Nick Cave uma das suas referências - até porque uma actuação do australiano com os Bad Seeds, no Porto, foi das que lhe deixou melhores recordações.
Jerry Lee Lewis - "Whole Lotta Shakin' Going On":
Stan Ridgway - "Day up in the Sun":
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