O presidente da Câmara do Porto indicou hoje como solução para os músicos desalojados do centro comercial Stop a escola Pires de Lima, garantindo que as instalações estariam prontas a receber os artistas no final do ano.
Em conferência de imprensa, depois de estar esta manhã reunido com a associação que representa os artistas, Rui Moreira salientou que a vantagem daquela escola, que será desativada no início do próximo ano letivo, passando os alunos para a Escola Alexandre Herculano, é que é da autarquia, pelo que seria o município a suportar as despesas de adaptação do espaço.
Segundo o autarca, a solução apresentada aos músicos terá sido do agrado destes, “até pela proximidade” entre o Stop e a referida escola, sendo que a ocupação de dois pisos no Silo Alto “é outra solução” apontada pela autarquia.
O autarca independente disse compreender a reação dos músicos afetados pelo encerramento de mais de 100 lojas no centro comercial Stop, onde funcionavam dezenas de salas de ensaio e que aconteceu na terça-feira, por falta de licenciamento dos espaços, mas acusou a CDU e o Bloco de Esquerda (BE) de aproveitamento político da questão.
“Compreendo a reação dos músicos e dos populismos do BE (…) Não pode haver hipocrisia e tentativa de apropriamento de causa”, disse.
Na terça-feira, depois do início do processo de encerramento das lojas no Stop, o vereador do BE, Sérgio Aires, acusou a autarquia de não dialogar com os representantes dos músicos e de não apresentar alternativas”ou soluções.
“Não é possível que na nossa cidade uma coisa destas aconteça desta forma. O que está aqui em causa é o que vai acontecer a estas pessoas amanhã. Para onde vão? Para onde vão ensaiar? Alguns deles têm espetáculos marcados hoje, amanhã e depois. O que vai acontecer? Porque é que se fez isto assim? Que necessidade havia de fazer isto assim?”, questionou o bloquista.
Já a CDU condenou de forma veemente a decisão do executivo liderado pelo independente Rui Moreira.
"O executivo de Rui Moreira decidiu, nas costas de todos, bloquear o acesso a centenas de pessoas, na maioria músicos, artistas e comerciantes ao seu local de trabalho, procurando assim promover a sua expulsão do local", afirmou a coligação PCP/PEV em comunicado.
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