Não há margem para dúvidas: os Pearl Jam são sempre uma aposta segura para encabeçar qualquer festival, em qualquer parte do mundo. Além de garantirem uma corrida aos bilhetes - o terceiro dia do NOS Alive foi o único que esgotou -, a banda de Seattle sabe comandar a multidão.
O grupo subiu ao palco do festival com o qual partilha o nome de um tema ("Alive") na primeira edição, em 2007, regressando depois em 2010 e 2018. Pela quarta vez no Passeio Marítimo de Algés, os Pearl Jam subiram ao palco NOS este sábado, 13 de julho, pouco depois das onze da noite e foram recebidos com uma calorosa ovação por 55 mil pessoas.
Durante duas horas, Eddie Vedder foi o ‘homem do leme’ durante toda a noite. Sempre carismático, o músico confessou o seu amor por Portugal ("Das praias da Ericeira a Cascais, só temos experiências boas aqui e sentimo-nos grato todas as vezes. Digo-o do fundo do coração") e arriscou falar na língua de Camões. "Um brinde a vocês e a esta última noite deste festival lindo", disse.
Já a meio da noite, o cantor voltou a arriscar falar português. "A vossa língua é muito fixe, mas quando falo soa a merda. Desculpa", brincou, arrancando risos e aplausos à multidão.
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Pelos sorrisos do público, pelas vozes roucas que foram ficando roucas ao longo da noite, o alinhamento que os Pearl Jam escolheram para o NOS Alive foi certeiro - as guitarras estiveram em destaque e os temas mais melosos ficaram de fora. O arranque foi ao som de "Daughter", seguindo-se "Dark Matter", "React, Respond", "Animal" e "Given to Fly".
Sempre com energia, a banda viajou entre clássicos e temas do último disco "Dark Matter". "Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town", "Wreckage", "Why Go", "Jeremy", "Wishlist" e "Waiting for Stevie" abriram caminho para "Even Flow", de 1992. Seguiram-se "Upper Hand", "Mind Your Manners", "Once" e "Porch", que encerrou o concerto antes do habitual encore.
No regresso a palco para a despedida, os Pearl Jam surpreenderam com uma versão de "Imagine" (John Lennon) e as luzes dos smartphones acenderam-se para iluminar o Passeio Marítimo de Algés. As emoções continuaram fortes com "Black" e "Do the Evolution"."
Perto do fim, "Alive" levou a multidão numa viagem no tempo, com os coros a ouvirem-se a uma distância considerável. Como seria de esperar, foram muitos os smartphones que se saíram dos bolsos dos festivaleiros para registar o momento.
Para o adeus final, a banda escolheu "Rockin’ in the Free World'", de Neil Young, e o sucesso de 1995 "Yellow Ledbetter".
Durante mais uma hora e meia, os Pearl Jam jogaram todos os seus trunfos e, do início ao fim do espetáculo no Palco NOS, Eddie Vedder e companhia justificaram porque é que foi tão grande a correria aos bilhetes. Se for assim sempre, os festivaleiros agradecem visitas anuais.
O adeus dos Sum 41
Antes da poderosa festa dos Pearl Jam, os Sum 41 brilharam no NOS Alive. A banda estreou-se no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, e, provavelmente será a última vez: os norte-americanos anunciaram o fim do grupo com o lançamento do disco “Heaven :x: Hell”.
Tal como Deryck Whibley tinha prometido ao SAPO Mag, Sum 41 trouxeram todos os sucessos ao palco do festival. A viagem começou em 2001, ao som “Motivation” e seguiu com "The Hell Song", "Over My Head (Better Off Dead)", "No Reason" e "Underclass Hero", garantindo um arranque cheio de garra.
Sempre sem perder o ritmo, a cada tema, o grupo de punk rock ia espalhando novas doses de energia. No alinhamento seguiram-se temas como"Dopamine", "We're All to Blame", "Walking Disaster", "With Me" ou “Makes No Difference”.
Para o início da reta final, os Sum 41 guardaram “Pieces”, canção que celebra 20 anos e que foi cantada em uma só voz - e com considerável eco - pela multidão. Mas as vozes ainda se voltariam a soltar mais.
Já depois de uma versão de "We Will Rock You", dos Queen, chegou "In Too Deep" e "Fat Lip" e "Still Waiting" - os fãs não podiam esperar melhor.
Os 30 anos dos Blasted Mechanism e o pop de Alec Benjamin
Já os Blasted Mechanism, que celebram 30 anos em 2025, foram os responsáveis por abrir o palco NOS. Recebidos de braços a abertos pelos fãs, Valdjiu, Guitshu, Fred Stone, Ary e Riic Wolf viajaram pelos temas mais marcantes da carreira da banda - o grupo surgiu em 1995 na cena musical portuguesa, estreando-se nas edições com o EP “Balayashi”.
As Breeders também passaram este sábado, 13 de julho, pelo NOS Alive, para celebrar os 30 anos do álbum “Last Splash”, marcado pelo sucesso do single "Cannonball", clássico da banda norte-americana.
No terceiro e último dia de festival, o Palco Heineken foi inaugurado por Objeto Quase, vencedores da edição de 2024 do Oeiras Band Sessions. Logo depois foi a vez de King John se estrear no NOS Alive. No final do concerto, o artista nascido e criado na ilha de São Miguel, nos Açores, e que trocou as chuteiras do futebol pelas notas musicais, conversou com o SAPO Mag - veja aqui.
Veja as fotos dos concertos:
Já à hora de jantar, Alec Benjamin regressou ao palco onde foi feliz em 2022. "Let Me Down Slowly", "Water Fountain" e "Oh My God" foram os temas mais celebrados do concerto do norte-americano considerado "um contador de histórias pop para a próxima geração" pela revista TIME.
Khruangbin, The Cat Empire e Stckman também passaram este sábado pelo Palco Heineken.
Já o WTF Clubbing recebeu Ella Knight, Words Of Intent, Matisa, Alan Dixon, Shouse, Vitalic e Emerald. Pelo Coreto passaram Catarina Branco, Capital da Bulgária, Marquise, Isa Leen e Groove Armanda.
O NOS Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés (Oeiras) nos dias 10, 11 e 12 de julho de 2025.
“Esperamos conseguir fazer jus a ‘o melhor cartaz sempre’”, afirmou o promotor Álvaro Covões, da Everything is New, sobre a próxima edição, fazendo referência ao ‘slogan’ do festival, que se realizou pela primeira vez em 2007 e acontece anualmente em julho, sempre no Passeio Marítimo de Algés.
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, salientou que o festival “tem sido uma espécie de motor de muitas transformações que têm acontecido” no Passeio Marítimo de Algés.
“Nos próximos cinco anos vão assistir a transformações extraordinárias neste espaço”, cuja gestão é partilhada entre a Câmara Municipal de Oeiras e a Administração do Porto de Lisboa, referiu.
De acordo com Isaltino Morais, as acessibilidades ao Passeio Marítimo de Algés serão melhoradas e haverá “possibilidade de alargar o recinto”.
As transformações irão acontecer “até à foz do rio Jamor, no sentido de garantir a preservação ambiental da zona e criando condições para que seja usufruída por todos”.
A ligação entre Algés e o Passeio Marítimo é feita através de um túnel, que é encerrado em determinadas horas nos dias em que decorre o festival, obrigando o público a ter que fazer a pé parte do IC17/CRIL (Itinerário Complementar 17/Circular Regional Interior de Lisboa) de modo a chegar ao outro lado da linha de comboio.
A construção de uma ponte pedonal para ligar Algés ao Passeio Marítimo tem sido prometida pela Câmara de Oeiras ao longo dos últimos anos.
Na quarta-feira, numa visita ao recinto, o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras disse que o projeto para a construção de uma ponte pedonal para fazer a ligação entre Algés e o respetivo Passeio Marítimo “está em fase final de execução”.
“O concurso ficou vazio. Logo que possível lançamos novamente concurso para execução da ponte, mas vai ser executado”, afirmou Francisco Rocha Gonçalves aos jornalistas, explicando que serão duas as pontes: “uma mais pequena e outra mais larga, com cerca de 30 metros, que vai com certeza ajudar os festivaleiros a deixarem de subir a CRIL”.
Durante a conferência de imprensa de hoje, Álvaro Covões congratulou-se com o anúncio de ampliação do território, “que vai permitir ter o festival mais próximo do mar”.
Embora seja possível aumentar o recinto, a lotação irá manter-se nas 55 mil pessoas, disse depois em declarações à Lusa.
A vontade da organização é conseguir aumentar as áreas de alguns palcos, que não o principal, e que em muitos concertos esgotam completamente a lotação, como aconteceu com os Black Pumas ou os Parcels na quinta-feira, por exemplo.
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