Passam quase 15 anos desde o disco de estreia dos Eels mas E continua a ser, para muitos,um "Beautiful Freak", título desse álbum da (então) banda e expressão reveladora da sua obra.

Embora as suas canções tenham quase sempre uma sensibilidade pop bem vincada, o que retratam nem sempre é particularmente luminoso, como ficou evidente logo nesse primeiro registo, um olhar melancólico (mas com algum humor) sobre a solidão e a inadaptação.
O segundo, "Electro-Shock Blues" (1998), adensou sobretudo a vertente pessimista, mergulhando a fundo em considerações sobre a morte e a perda (consequência do cancro que vitimou a irmã de E ou do suicídio da sua irmã).

Desde então, as canções dos Eels tornaram-se por vezes mais arejadas (como no inesperadamente reluzente "Daisies of the Galaxy", de 2000), vertiginosas (no considerável fôlego rock de "Souljacker", de 2000) ou distanciadas e contemplativas ("Blinking Lights and Other Revelations", de 2005), mas nunca deixaram de soar a uma extensão (por vezes aperfeiçoada, noutras nem tanto) do universo do disco de estreia.

Tudo isto para chegar (por enquanto) a "Tomorrow Morning" (2010), a última parte de uma trilogia iniciada com o eléctrico "Hombre Lobo: 12 Songs of Desire" (2009) e ao qual se seguiu o acústico "End Times" (2010).
O álbum que E vem agora apresentar mostra-o mais optimista do que o habitual, encarando com um sorriso (mesmo que não muito rasgado) o próximo passo depois do final de uma relação (ruptura que inspirou o disco anterior). E pelas canções que tem vindo a fazer ao longo destes anos, merece ter algum apoio neste recomeço.

Local: Coliseu de Lisboa
Data: 19 de Setembro
Início do concerto: 21 horas (as portas abrem às 20h00)
Preço dos bilhetes: 25 euros

Enquanto o concerto não arranca, deixamos cinco videoclips dos Eels para (re)descobrir as várias fases do seu percurso:

"Novocaine for the Soul" (1996):

"Last Stop: This Town" (1998):

"Flyswatter" (2000):

"Fresh Blood" (2009):

"Spectacular Girl" (2010):

@Gonçalo Sá