Manuel Cruz, voz (Pluto, Ornatos Violeta e Foge Foge Bandido), Francisco Fonseca, bateria (Amarguinhas), Ruca Lacerda, guitarra (Pluto e Insert Coin), Miguel Ramos, baixo (Insert Coin) e Eurico Amorim, teclas (Insert Coin), juntaram-se em 2002 com um objetivo claro: criar música e tocá-la ao vivo. A coisa começou muito descomprometida e com a ideia de algum dia gravarmos algo, mas sem essa pretensão inicial. Juntámo-nos para fazer músicas e tocar, e depois talvez gravar um disco”, recordou Eurico Amorim em entrevista à Lusa.

Assim foi, até 2006, ano em que os concertos pararam e começou o processo de gravação do álbum.

O que atrasou mais foi termos começado a gravar músicas que já tínhamos há três anos. Quando começámos a gravar já não nos identificávamos com aquilo”, referiu Ruca Lacerda.

Ao vivo, lembraram os músicos durante a entrevista, tocavam 18 temas. Destes, aproveitaram três. “As outras [músicas] são todas novas. É quase como um segundo disco para nós”, disse Ruca Lacerda.

Nos últimos seis anos “foi-se tudo fazendo e montando”, em estúdios ou em casa, com pedaços dos temas antigos e outros totalmente novos.

Aproveitar as músicas antigas foi mais fácil depois de fazermos algumas frescas e novas, que nos davam alguma autoestima como banda. Não estar sempre a tentar regravar coisas. A certa altura pensámos: ou as deitamos fora ou as viramos de pernas para o ar, e decidimos experimentar torcê-las todas”, referiu Manuel Cruz.

Eurico Amorim garante que “quem conhece mesmo as músicas [mais antigas] e viu os concertos vai reconhecer” pedaços delas no disco.

A produção final, disse Manuel Cruz, “escondeu as linhas de cosedura” dos temas, mas “algumas são assumidas”.

No disco está também uma “panóplia de momentos” registados nas gravações. “É tentador partilhares as coisas que te divertem, que estão atrás das músicas mais ‘sérias’. Se nós achamos graça, se calhar os outros vão achar. É fixe partilhar”, justificou Manuel Cruz.

Foi também a vontade de partilha com os fãs que levou a banda a optar por lançar o disco com um livro, onde estão cem fotos, de três mil que os músicos foram reunindo desde 2002, tiradas “em estúdio, concertos ou em casa de alguém”, que, refere Eurico Amorim, dá “qualquer coisa do universo dos Supernada”.

Existe esse gozo de pegar num livrinho de uma banda de que gostamos e entrar nesse mundo”, disse Manuel Cruz.

Decidiram editar um disco “porque havia vontade”, a mesma que têm de tocar ao vivo temas que os cinco músicos “assinam por baixo”.

Os concertos de apresentação de “Nada é Possível”, porque “tudo é possível, até o nada”, estão marcados para os dias 29 de março, no Lux, em Lisboa, e 04 de abril no Hard Club, no Porto.

O acesso aos espectáculos é limitado e só pode ser assegurado às primeiras pessoas que encomendarem o disco, a quem os Supernada fazem questão de oferecer estes concertos.

SAPO/Lusa