O caixão de Gal repousava sobre um tapete vermelho na entrada principal do prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo enquanto admiradores chegavam, muitos em pequenos grupos, para colocar flores e se despedirem da artista.
"O Brasil está numa ausência de ídolos, quando perdemos um ídolo na cultura, na música, morremos um pouco também", comentou à AFP Maria do Socorro, reformada de 67 anos muito comovida com a partida da cantora.
"Gal é uma estrela, só foi brilhar em outra dimensão. Resta-nos torcer para que os nossos ídolos permaneçam um pouco mais com a gente nesse plano", acrescentou.
O filho da cantora, Gabriel, de 17 anos, esteve sentado ao lado do corpo, acompanhado da viúva, Wilma Petrillo.
Gal Costa morreu na manhã de 9 de novembro na sua casa na capital paulista, informou a sua assessoria de imprensa, sem especificar a causa da morte.
A artista tinha cancelado um concerto no festival Primavera Sound, em São Paulo, no último fim de semana, após passar por uma cirurgia em setembro para retirar um nódulo da sua cavidade nasal.
Mas Gal era esperada de volta aos palcos: o seu site incluía dois concertos em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos dias 17 de dezembro e 14 de janeiro.
Nascida em Salvador, na Bahia, e reconhecida pela sua voz única, os seus cabelos castanhos e o seu sorriso sedutor, Gal Costa foi uma das principais figuras do movimento tropicalista no final dos anos 1960.
"Hoje todos estamos tristes, (Gal Costa) é um ícone do cancioneiro brasileiro, mas essa estrela que brilhou na terra continuará brilhando ainda mais no plano onde está agora", disse Dejair da Silva, um professor de 52 anos.
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