Em comunicado, a câmara municipal daquele concelho do distrito do Porto refere que o evento, que vai na 19.ª edição e terá lugar no Parque Urbano de Geão, tem por objetivo “valorizar a diversidade das práticas musicais e dos instrumentos musicais populares de Portugal e do mundo”, reunindo em Santo Tirso sons vindos de Espanha, Itália, Noruega, Senegal, Cabo Verde e França.

“Ao longo de duas noites e duas tardes, decorrerão sete concertos que nos transportarão por diferentes ritmos da folk, muitos dos quais da eletrofolk, recheados de melodias hipnóticas e sonoridades ligadas à simplicidade dos toques e cantes das práticas musicais de inúmeros povos”, refere o porta-voz da organização, Napoleão Ribeiro, no texto de apresentação, partilhado pela autarquia e pela Associação Cultural Tirsense.

O festival arranca a 13 de junho, às 19h00, com uma arruada dos alunos da Escola de Música Tradicional da Ponte Velha, estando o primeiro concerto, dos franceses La Machine, marcado para as 21h30. Este grupo leva a palco “um som único, compacto e cativante que combina a sanfona e as gaitas-de-foles com o groove tribal e oscilante da percussão e do contrabaixo”.

O duo norueguês Naaljos Ljom atua também na primeira noite e promete misturar a música folclórica tradicional norueguesa com a música eletrónica, seguindo-se a atuação dos Fidju Kitxora (Portugal e Cabo Verde), grupo que “evoca as vozes passadas, presentes e futuras da diáspora, misturando a linguagem do funaná com o balanço do semba, as síncopes do kuduro e da afro-house com as demais miscigenações”.

A 14 de junho, a Palheta Bendita recebe a Banderinha Panafrikanista, coletivo artístico formado na Amadora por um conjunto de mulheres cabo-verdianas, trabalhadoras do setor da limpeza, que “buscam reconstruir e fortalecer o DJUNTA-MÔ, uma filosofia e prática política que apela à unidade, solidariedade e compreensão mútua intergeracional através da palavra cantada e dançada”.

O senegalês Momi Maiga sobe depois ao palco, com a organização a salientar que este artista é um “vocalista habilidoso e um compositor autodidata com uma sensibilidade musical notável”, que apresentará “um 'mix' de jazz étnico e flamengo, com influências da música clássica europeia”.

O festival continua com uma incursão em Itália, pela mão de Davide Ambrogio, que se apresenta ao vivo com um espetáculo imersivo em torno da voz, utilizando, adicionalmente, a lira, a guitarra clássica, o tamborim, a flauta, a gaita-de-foles e instrumentos eletrónicos”.

O segundo dia do Palheta Bendita termina com OMIRI, “um dos mais originais projetos de reinvenção da música de raiz portuguesa, que mistura num só espetáculo práticas musicais já esquecidas com a linguagem da cultura urbana”.

A música prossegue depois fora do recinto com uma 'foliada' a cargo da Associação Amigos do Sanguinhedo.

No último dia, atuam os Xistra de Coruxo, um grupo de folk galego-minhoto que centra o repertório na reinterpretação de velhas melodias herdadas de velhos gaiteiros e cantadoras do sul da Galiza e do norte de Portugal.

Além dos espetáculos, o Palheta Bendita proporcionará uma feira de construtores de instrumentos, que estará patente durante todo o evento, e oficinas para dar “a oportunidade aos participantes de experimentar a gaita-de-foles, a sanfona, o batuku e a caixa de guerra, além de conhecer o processo de construção dos cabeçudos e da subina”.

Uma oficina de dança de pauliteiros e um espetáculo performativo de Marta Costa, intitulado “Aceitas?” fazem igualmente parte do programa.