
O festival, coorganizado com a Câmara de Coimbra, vai realizar-se de 31 de julho a 2 de agosto, com aquela que será a sua terceira edição a representar diversas mudanças, afirmou a organização, em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Depois de dois anos a cobrar bilheteira, o festival é agora de entrada gratuita (para quem comprou bilhete poderá ser ressarcido a partir de 23 de junho), e muda-se da Praça da Canção, espaço amplo na margem esquerda do Mondego, para o Jardim da Sereia, no centro de Coimbra, onde normalmente decorrem os concertos das Festas da Cidade.
Além das mudanças, o festival Rocketmen fechou hoje o cartaz, com o anúncio da presença da banda britânica The Boys, formada no final dos anos 1970, os também ingleses Bad Nerves e os australianos Dr. Sure’s Unusual Practice.
Os nomes agora anunciados juntam-se a um cartaz que inclui Mão Morta, 999, Táxi, Arsenal Mikebe feat HHY, MAQUINA e The Darts, entre outros.
Para o diretor do festival, Tito Santana, que dirigiu em conjunto com Victor Torpedo as duas edições do Luna Fest, a mudança para o Jardim da Sereia permite reduzir substancialmente os custos de produção, acreditando também que, por ser gratuito, poderá chamar mais pessoas.
Segundo o responsável, o festival ainda está à espera de perceber qual o apoio que será dado pela Câmara de Coimbra, considerando que “está tudo definido e fechado” tirando essa “indecisão” por parte do município.
Estas mudanças procuram ser também uma correção face aos erros cometidos no passado com o Luna Fest, disse, considerando que o festival deveria ter começado nos termos agora propostos.
“Na Praça da Canção, era muito difícil. Nós não temos a estrutura financeira nem profissional para andar a gladiar com o Paredes de Coura ou o Vilar de Mouros”, acrescentou.
Os concertos, que começam às 18:00 e terminam às 1h30, serão no Jardim da Sereia e na Praça da República haverá um palco com DJ.
A mudança de nome do festival está associada a um diferendo entre Tito Santana, que dirige o Rocketmen, e o músico Victor Torpedo, com quem organizou as duas edições do Luna Fest, existindo uma disputa pelo registo da marca.
Em declarações à Lusa, Tito Santana referiu que o processo de registo da marca lhe deu razão (Victor Torpedo pretende contestar a decisão), mas que, face a esse litígio, decidiu avançar com um novo nome.
Tito Santana admitiu que o corte de relações entre os dois trouxe problemas, nomeadamente, através de publicações nas redes sociais por parte do músico.
“É um gajo muito conhecido, muito acarinhado e isso trouxe-nos alguns problemas, em termos de imagem, com publicações feitas no Facebook”, notou, afirmando que deverá avançar com um processo legal contra Victor Torpedo por afetar a imagem do festival.
Já Victor Torpedo, contactado pela Lusa, disse que o afastamento entre os dois aconteceu após a 2.ª edição do Luna Fest, em 2024, acusando Tito Santana de avançar com o festival noutros moldes, com outra associação, numa decisão unilateral.
“A partir daí, deixou de haver comunicação”, afirmou, referindo que, na altura, o antigo colega poderia ter proposto comprar a sua parte da empresa “e continuava e não havia nenhum destes problemas”.
Tito Santana disse que avançou com o festival, nos seus moldes, em algo coordenado entre os advogados dos dois fundadores.
"O Victor não pôs nenhum entrave", acrescentou.
Além da disputa da marca, Victor Torpedo pretende também avançar com um processo legal contra Tito Santana.
Para o músico, não há “nenhuma possibilidade de entendimento”.
Os dois disseram à Lusa que têm procurado pagar dívidas das primeiras edições do Luna Fest, na medida das suas possibilidades, acusando-se mutuamente de falhar compromissos.
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