
O grupo irlandês de rap Kneecap cancelou a sua digressão nos EUA porque um dos seus membros terá de comparecer num tribunal britânico para responder à acusação de alegadamente apoiar o movimento islamista libanês Hezbollah.
"Devido à proximidade da nossa próxima audiência judicial em Londres com a primeira data da digressão, e como o governo britânico continua a sua caça às bruxas, teremos que cancelar todas as 15 datas da digressão nos EUA em outubro", afirmou o grupo num comunicado publicado nas redes sociais.
"Mas assim que vencermos o nosso caso no tribunal, o que faremos, prometemos embarcar numa digressão ainda maior", acrescenta a nota, que informa que os bilhetes serão reembolsados.
Liam O'Hanna, de 27 anos, cujo nome artístico é Mo Chara, foi indiciado em maio após ser acusado de exibir uma bandeira do Hezbollah durante um concerto no ano passado em Londres.
O Hezbollah foi banido no Reino Unido em 2019 e é considerado um crime demonstrar apoio ao movimento pró-iraniano.
Os Kneecap também ganharam destaque pelas suas declarações que denunciam a guerra em Gaza e contra Israel.
Numa apresentação em junho no Festival de Glastonbury, Chara declarou: "Israel é um criminoso de guerra".
O grupo foi posteriormente excluído do Festival Sziget de Budapeste porque as autoridades húngaras, próximas de Israel, impediram a sua entrada.
Os Kneecap também apoiam os republicanos irlandeses e criticam o imperialismo britânico.
O nome do grupo faz referência aos tiros intencionais nos membros do corpo, chamados em inglês de "kneecapping", efetuados pelos republicanos irlandeses como punição durante as décadas de instabilidade na Irlanda do Norte.
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