O ciclo chama-se Mahler + e o programa, interpretado pela Orquestra Gulbenkian e dirigido pelo seu maestro titular, Lawrence Foster, inclui os «Funf Frühe Lieder» de Gustav Mahler/Luciano Berio, a «Sinfonia nº 8» de Franz Schubert, o «Concerto de Câmara» de Alban Berg e o «Idílio» de Siegfried de Ricard Wagner.

O ciclo Mahler assinala uma dupla efeméride: por um lado, em 2010, assinalam-se os 150 anos do seu nascimento e por outro, em 2011 celebra-se o centenário do seu nascimento.

O evento apresenta um total de 28 concertos e será composto não apenas pelas suas sinfonias e canções, mas também estará presente o contexto vienense que originou a sua música, bem como obras de compositores que foram tocados pelo seu génio. Assim, serão ouvidos compositores que marcaram Mahler, como Schubert, von Weber ou Zemlinsky, mas também outros que, à sua maneira, sofreram influência da sua música, dando seguimento às suas inovações, como Schönberg e Berio.

Além do programa de concertos, o ciclo Mahler + propõe ainda conferências, encontros com artistas e um ciclo de cinema que vai decorrer em Janeiro, aos fins-de-semana e cujo programa será divulgado em breve.

Apesar da actual unanimidade em relação à sua obra, o reconhecimento do seu talento não foi imediato. Perante a dificuldade em apresentar as suas sinfonias em Viena, na viragem do século, Mahler dizia: «O meu tempo virá». E, na verdade, o seu tempo acabou por chegar já no século passado, nos anos 60, através do espírito irreverente e questionante de uma audiência mais jovem, em ruptura com os dogmas e valores estabelecidos.