O diretor artístico do JeA, Rui Neves, em declarações à Lusa, afirmou que “a atualidade, o que de mais inovador se está a fazer é o tem pautado a programação" do Festival que "procura sempre novos projetos com qualidade”.

Até 11 de agosto, são apresentadod dez concertos no anfiteatro da Fundação Calouste Gulbenkian, nove sessões de cinema no Centro de Arte Moderna e é editado o livro “Partidas/Chegadas - Novos Horizontes no Jazz”, que reúne ensaios originais sobre 50 músicos que participaram nas 30 edições do JeA, em 29 anos, da autoria de Stuart Broomer, Brian Morton e Bill Shoemaker.

O destaque da edição deste ano é para John Zorn, “músico americano dos mais prolíficos”, que assinala o 60.º aniversário, celebração a que o festival se associa, apresentando os três projetos do compositor e saxofonista com companheiros da sua carreira, nomeadamente Marc Ribot, Jamie Saft, Trevor Dunn, Kenny Wollesen, Joey Baron, Cyro Baptista e Ikue Mori.

A abertura do JeA é marcada pela estreia em Portugal do projeto The Dreamers/John Zorn@60, com John Zorn, na direção, e composto por Marc Ribot (guitarra elétrica), Jamie Saft (teclados), Trevor Dunn (contrabaixo e baixo elétrico), Kenny Wollesen (vibrafone), Joey Baron (bateria) e Cyro Baptista (percussão).

Apresentam-se também “dois grupos emblemáticos de John Zorn, The Dreamers, explorando uma via 'lounge', e o Electric Masada, sintonizado com os primórdios do jazz elétrico”, explicou Rui Neves.

O baterista histórico Max Roach, que se apresentou no JeA de 1995, é evocado com a estreia em Portugal do projeto “Drumming GP plays Max Roach M’Boom”.

O jazz escandinavo, que tem marcado presença regular no JeA, e “é uma força que se reconhece cada vez mais na última década” e estará presente com o Trio Elephant9, acrescido do guitarrista Reine Fiske.

Outro trio escandinavo é o The Thing, que se estreou em Portugal no JeA de 2004, e que este ano atua “em dimensão ampliada de septeto”, o The Thing XXL, em que “se destacam Peter Evans e Terrie EX, e do qual não há qualquer registo discográfico”.

O trompetista Peter Evans que se estreou em Portugal no JeA de 2009, apresenta este ano, em estreia europeia, o seu novo octeto, “onde a eletrónica tem papel determinante e que será mais um novo passo deste músico cuja projeção internacional continua a crescer”.

Anthony Braxton, “músico veterano, plenamente reconhecido pelo seu contributo inovador, poli-instrumentista” que atuou em 2000 e 2006, apresentará um projeto recente, “dando ênfase a uma certa música de câmara”, o Falling River Music Quartet.

O concerto de encerramento “é uma associação que o trompetista de Chicago Rob Mazurek imaginou: unir dois trios que dirige - São Paulo Underground e Chicago Underground - e convidar o lendário músico, companheiro de John Coltrane na sua derradeira fase, a mais radical, o saxofonista Pharoah Sanders, constituindo um sexteto inusitado que se estreou mundialmente com grande efeito no ano passado”, explicou Rui Neves.

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