Referindo-se às opções feitas relativamente à edição, Santos Silva afirma que, “das múltiplas escolhas possíveis”, optou-se “por aquela que mais se identifica com o código genético do Jazz em Agosto dos nossos dias”. Os 50 nomes escolhidos, apresentados por ordem alfabética, de Abrams (Muhal Richard) a Zorn (John), “são músicos inquietos que constantemente colocam desafios a si próprios e às possibilidades expressivas da música”, atesta Santos Silva. No grupo selecionado de 50 músicos há apenas dois portugueses, Rodrigo Amado e Carlos Zíngaro, com os dois textos do crítico canadiano Stuart Broomer.

Sobre Amado escreve Broomer que, “na volátil fronteira entre free jazz e música improvisada, a posição de Rodrigo Amado é clara: é manifestamente um músico de jazz”. “Surface for alto and strings”, “The abstract Truth”, “Searching to Adam” e “Motion Trio & Jeb Bishop live at Jazz ao Centro” são os álbuns do saxofonista recomendados pelo crítico canadiano.

Carlos Zíngaro, o músico que “punha em destaque a relação com o free jazz, [...] evoluiu rapidamente com a entrada de músicos de pendor rock e experimental”, afirma o crítico. Do violinista, o crítico recomenda os álbuns “Solo”, “Cage of sand”, “Falling water”, “Music for strings, percussion & electronics” e “Live at Banlieue Bleue”.

Na introdução, Broomer discorre sobre o “jazz… e a forma como escolhe o seu caminho” e afirma que o jazz “pode significar coisas diferentes para diferentes pessoas” e, por isso, se possa ser definido “pela sua evolução e mutação estilísticas radicais”.

Referindo-se aos músicos escolhidos, o crítico canadiano afirma que cada um “trabalha a partir de uma interpretação e extensão profundamente pessoais de uma tradição geral, com correntes e ligações específicas”.

Quatro dos músicos que fazem parte do cartaz da edição deste ano, estão referenciados nesta obra, disponível em português e inglês: John Zorn, Peter Evans, Anthony Braxton e Mary Halvarson.

@Lusa