Em comunicado, o Organismo de Produção Artística (Opart) indicou que Pedro Amaral foi escolhido por unanimidade a partir de 21 candidaturas elegíveis, sucedendo ao neerlandês Ivan van Kalmthout, que saiu em julho do ano passado após um ano em funções.

O júri, composto por Conceição Amaral, que presidiu, Rui Morais, Jorge Vaz de Carvalho, Isamay Benavente e Paolo Pinamonti, decidiu pela candidatura de Pedro Amaral por estar “sustentada pela clareza e coerência da proposta programática, pela solidez da sua formação musical e pela relevante experiência artística”.

“A candidatura de Pedro Amaral colocou a missão de serviço público do Teatro Nacional de São Carlos no centro da sua ação, enaltecendo o seu papel de referência nacional e internacional. A carta programática apresentada a ‘3 tempos’, curto, médio e longo prazo, coloca o foco na criação artística, no repertório, no património musical português, no desenvolvimento do talento e criação portuguesa, com uma atenção especial e rigorosa na itinerância, na diversidade dos públicos e na construção de redes e colaborações internacionais”, lê-se no mesmo comunicado.

O mesmo texto acrescenta que “o júri valorizou ainda a abrangência da visão apresentada, aliada a um pensamento crítico e construtivo, bem como a um profundo sentido de missão e entusiasmo revelado por Pedro Amaral perante os desafios do Teatro Nacional de São Carlos e o seu futuro”.

Segundo a biografia partilhada pelo Opart, Pedro Amaral, nascido em 1972, iniciou os seus estudos com Fernando Lopes-Graça, em 1986, e formou-se na Escola Superior de Música de Lisboa (1994) e no Conservatório Nacional Superior de Paris, onde obteve o 1.º Prémio em Composição, por unanimidade do júri, em 1998.

Amaral frequentou também a Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, onde completou o mestrado em Musicologia Contemporânea (1998) e o doutoramento (2003) com uma tese sobre "Momente", de Karlheinz Stockhausen.

As suas óperas "O Sonho" e "Beaumarchais" foram estreadas em Londres, em 2010, e em Lisboa, no Teatro Nacional Dona Maria II, em 2017. Atualmente, é professor da Universidade de Évora.

O concurso decorre numa altura em que o edifício do TNSC, em Lisboa, está encerrado para obras de requalificação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e a programação artística está a ser cumprida em digressão pelo país.

O teatro nacional encerrou no final de julho de 2024, estando a reabertura agendada para 2026.