Não existem dúvidas de que a passagem de vinil para CD, e agora para MP3, comprimiu e retirou qualidade à música que ouvimos no nosso dia-a-dia. Neil Young pretende alterar esta tendência.

Na conferência "D: Dive Into Media", evento que decorreu ontem (1 de fevereiro), o músico foi muito direto e claro na sua opinião relativa à posição atual da indústria musical e para onde ele gostaria que esta se dirigisse.

O cantor/escritor afirma que o formato MP3 apenas oferece 5% do verdadeiro som que as bandas e músicos como ele, produzem quando gravam em estúdio. O formato CD também não é visto com bons olhos por Young, que afirma apenas conseguirreproduzir 15% do som verdadeiro.

Neil Young afirmou: “O meu objetivo é tentar salvar a forma de arte que tenho praticado ao longo dos últimos 50 anos. Vivemos na era digital, infelizmente está a degradar a nossa música em vez de a melhorar… Não é que o digital seja mau ou inferior, é a forma como está a ser utilizada que não esta a fazer justiça à arte. O MP3 apenas possui 5% dos dados presentes na gravação original. A conveniência da era digital forçou as pessoas a escolher entre qualidade e facilidade, mas não deveríamos ter de fazer essa escolha”.

O plano do músico passar por convencer algum “tipo rico”, ou uma empresa de tecnologia, a desenvolver um novo formato áudio e respetivo aparelho de reprodução que possa passarmúsica com20 vezes mais qualidade que a música digital atual. Infelizmente, o processo será complicado, pois demoraria algo como 30 minutos a descarregar cada música em alta-fidelidade, sendo que cada aparelho só deveria conseguir armazenar 30 álbuns (cerca de 360 músicas). Mas o músico também tem uma boa solução para isso: descarregar músicas enquanto se dorme.

Paulo Costa