O anúncio foi feito hoje pela discográfica do fadista, que adiantou que, no dia 29 de junho, Camané vai atuar na Casa da Música, no Porto.

O espetáculo em Guimarães está agendado para o dia 27 de abril, no Centro Cultural Vila Flor, e, no dia 30 de abril, Camané sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, disse à Lusa fonte da EMI Music.

Precisamente no dia anterior à atuação na capital, é editado o álbum “O Melhor 1995-2013”, um “trabalho que reúne os grandes clássicos da sua carreira, desde o lançamento do primeiro álbum de originais, de 1995, intitulado ‘Uma Noite De Fados’, até ao mais recente ‘Do Amor e Dos Dias’, de 2010”, afirmou a mesma fonte.

Este álbum “trará também alguns inéditos, temas nunca antes gravados pelo fadista, como o single de apresentação, ‘Ai Margarida’, com saída agendada para o início de abril”.

Camané, 45 anos, começou a cantar fado e a gravar ainda jovem, fortemente influenciado pelo meio familiar. Em 1979, venceu a Grande Noite do Fado de Lisboa, tendo participado, na década de 1980, em várias produções teatrais de Filipe la Feria como "Grande Noite", "Maldita Cocaína" e "Cabaret".

De “Uma noite de fados”, gravado ao vivo no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, constam temas como “Aquela e triste e leda madrugada”, “O espaço e o tempo” ou “Saudades trago comigo”. O álbum foi editado em vários países europeus, tendo o fadista atuado, entre outros, em Espanha, França, Holanda e Itália.

Em 1998, editou “Na Linha da vida”, que a imprensa considerou um dos melhores álbuns do ano, e que incluiu fados como “Eu não me entendo” ou “Senhora do Livramento”.

Ao longo da sua carreira, até este ano, entre álbuns de estúdio, gravados ao vivo e um que fez uma primeira compilação do seu repertório, “The art of Camané – The prince of fado”, editado em 2004 pela Hemisphere, o fadista soma 11 álbuns, excluindo os discos gravados na juventude.

Camané tem atuado em vários países da Europa e das Américas, como Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Reino Unido, Suíça, Bulgária, Polónia e Hungria. Em 2011, cantou na Brooklyn Academy of Music, de Nova Iorque, num concerto elogiado pelo New York Times.

Em 2008, editou “Sempre de mim”, em que interpretou poetas como Luís Macedo e Pedro Homem de Mello, e resgatou composições inéditas de Alain Oulman, compositor exclusivo de Amália Rodrigues, falecido em 1990.

Em 2010, saiu “Do amor e dos dias” em que, entre outros, gravou “Súplica”, “Último recado” e “Emboscadas”.

Camané tem feito incursões noutros géneros musicais. No ano passado atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana, e foi um dos escolhidos para integrar o projeto “Humanos”, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou temas inéditos de António Variações, 20 anos após a morte deste criador.

Texto@Lusa/ Foto @Augusto Brázio