Com um olhar no que o Porto Pianofest conseguiu alcançar ao longo dos últimos 10 anos, mas já a projetar a próxima década, Nuno Marques, fundador do evento, quis levar a Nova Iorque uma antecipação daquilo que os visitantes poderão contemplar durante a programação que se estenderá de 01 a 12 de agosto, em vários pontos da cidade do Porto.

"As pessoas aqui, nos Estados Unidos, começam a conhecer o nosso festival, a apoiá-lo e isso traduz-se também em apoio direto e indireto. Dos 10 anos de festival, esta é já a 8.ª gala que fazemos em Nova Iorque porque realmente queremos ter uma presença cá. (...) Nova Iorque é a nossa segunda casa", explicou à Lusa o pianista português, que reside nessa cidade norte-americana.

Quem também reside - e nasceu - em Nova Iorque é a pianista Mariel Mayz, que na noite de segunda-feira atuou ao lado do cubano Yosvany Terry, que não poupou nos elogios quer à cidade do Porto, quer ao próprio Porto Pianofest, onde atuou na edição do ano passado.

"O Porto PianoFest beneficia a cidade, os residentes, os músicos, mas beneficia especialmente os estudantes de música, porque cria oportunidades únicas para quem está a aprender, cria conhecimento (…). Além disso, vale muito a pena ir ao Porto, é uma cidade maravilhosa", afirmou o saxofonista perante a plateia na noite de segunda-feira, no auditório Yamaha Artists Services, no centro de Manhattan.

Na apresentação em Nova Iorque esteve também presente a cônsul-geral de Portugal nessa cidade norte-americana, Luísa Pais Lowe, que destacou a importância do evento na promoção da cultura portuguesa nos Estados Unidos.

Pela primeira vez, o auditório do Museu de Serralves vai estar entre os palcos que integrarão o Porto PianoFest, juntando-se ao Palácio da Bolsa, Casa da Música e Reitoria da Universidade do Porto.

Entre as estreias está igualmente a do pianista de música contemporânea Anthony DeMare, que estará pela primeira vez em Portugal com uma seleção de composições exclusiva – "Liaisons Project", e que atuará em 10 de agosto.

Outra estreia em território nacional é esperada no dia 09 de agosto, com a percussionista Liliana de Los Reyes e a pianista Nicole Wakabayashi. A dupla de música 'indie' americana, que também canta, vai ser acompanhada pela Orquestra Sinfonietta de Braga, num concerto ao ar livre.

“A cada ano, queremos dar novidades ao público, convidando artistas que se estreiam em Portugal ou que trazem uma escolha musical que proporciona formas diferentes de compreender o piano. Vamos fazê-lo, uma vez mais, mas, tratando-se de uma edição comemorativa, queremos também trazer artistas que já passaram pelo Porto Pianofest, fazendo desta uma celebração da nossa história”, frisou Nuno Marques.

Além das novidades, o evento cultural tem previstos pelo menos quatro regressos. O pianista Alexander Kobrin encerrará o festival no Palácio da Bolsa, depois de já ter sido responsável pela abertura da 6.ª edição do Porto Pianofest.

Já o segundo dia de festival, 2 de agosto, será marcado pela atuação do pianista português Artur Pizarro, que foi protagonista da abertura da 1.ª edição. Regressa ainda o pianista canadiano Jean Saulnier, enquanto o espanhol José Ramon Mendez faz o pleno: 10.º concerto em 10 edições.

“O festival tem tido um crescimento que, para nós, é entusiasmante. Começámos, em 2016, com uma pequena programação e, atualmente, proporcionamos duas semanas de música em palcos cada vez mais variados e dinâmicos: tanto podemos ter um concerto num jardim, como uma sessão para crianças ou um artista de renome na Casa da Música”, enquadrou ainda o criador do festival.

Na edição de 2024, o Porto Pianofest proporcionou mais de 30 horas de música em 11 locais diferentes. Num total de 23 concertos foram interpretadas 90 peças musicais por cerca de 30 artistas, 11 deles em estreia absoluta em Portugal, segundo dados da organização.