"Quero fazer algo diferente e novo", afirma o artista britânico à AFP durante a estadia em Paris da sua digressão. "Existe muita coisa antiga à minha volta. Quando as pessoas insistem em olhar para trás, aborrecem-me. Não gosto da cultura da nostalgia e quero fazer algo novo, século 21", diz.
No palco, o cantor e compositor demonstra poucos sinais de que os 56 anos representam uma desaceleração. O rosto mostra as marcas do tempo, mas Weller continua magro e a sua voz demonstra a mesma clareza do início da carreira.
"O palco é a minha vida, existe uma ligação e comunicação imediata com o público", revela. "É fascinante e incrível. Nervosismo, adrenalina, emoção, tudo misturado. Existem poucas coisas na vida que se comparem ao que sentes quando consegues ligar-te a tantas pessoas diferentes ao mesmo tempo".
Em Paris, Weller mostrou na prática que não leva a nostalgia a sério e não tocou nenhuma canção dos seus grupos, seja o punk-rock dos Jam ou a soul-pop dos Style Council. O concerto teve apenas canções da fase a solo, incluindo algumas do álbum "Saturn's Pattern", que será editado em maio.
A fase atual de sua vida e a família são as inspirações do artista, que contou com a participação da mulher, a backing vocal Hannah Andrews, nos seus últimos quatro álbuns. "Escrevo muitas coisas para a minha esposa. Estamos casados há cinco anos e juntos há 10 anos", realça.
Depois de França, Weller e sua banda - o guitarrista Steve Cradock, o baixista Andy Lewis, os bateristas Ben Godelier e Steve Pilgrim, além do teclista Andy Crofts - seguiram para a Holanda, antes de viajar para a Bélgica e Alemanha.
Em junho será a vez da costa leste norte-americana. No mês de setembro Weller segue para a costa oeste dos Estados Unidos e no final do ano regressa para vários concertos na Grã-Bretanha.
Apesar de ter aceite o apelido de "The Modfather", pela sua influência na cena musical britânica, especialmente a britpop dos anos 1990, Weller não se considera uma grande estrela. "Estou apenas interessado na música. E estou por aqui há muito tempo, quase 40 anos".
"Vejo algumas pessoas na plateia que estão lá desde o início e trazem os filhos adolescentes, e adoro. É maravilhoso", resume.
@AFP
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