O seu mentor é Luis Miguel Ribeiro (L.Mig), amante da música electrónica, graduado pela Academia de Musica de Oliveira de Azeméis, levou o seu projecto até aos dias de hoje, 15 anos depois com 15 discos de autor. Tudo isto com a mesma determinação e motivação que tinha no inicio da carreira.

No inicio as suas produções eram só para mostrar aos amigos, e com o seu pequeníssimo “estúdio”, no inicio de 94 gravou o seu primeiro registo, “Frame Works” em formato K7. Nessa altura as ferramentas que tinha era a sua formação musical, o sequenciador TRAX a correr num 486dx2 com 8 mb de ram, e um sintetizador Roland D10 que havia recebido no seu aniversário de prenda.

Apaixão foi alimentada e os anos que se seguiram ficam marcados com uma série de registos como FRAME, várias participações em colectâneas e um projecto paralelo com Paulo Alegria (NeKryXe), em que juntos criaram “Zurich Pound”em 1989, projecto pioneiro em Portugal exclusivamente Electrónico, havendo dois registos editados, um em 90 e outro em 94.

Em 2000 surgiu a oportunidade de realizar um grande concerto, como já há muito merecia. Conhecido como o “SONS DO LAGO”, este que foi um marco importante na carreira do artista, impulsionando-o para novas oportunidades e novas perspectivas. Com o palco montado em cima do lago artificial do Parque de La-Salette em Oliveira de Azeméis, L.Mig preparou um espectáculo com danças coreográficas, vídeo projecção e uma convidada especial, a vocalista dos Infinit-e, Alexandrina.

Novos concertos surgiram, novos álbuns foram editados e eis que em 2002 um novo elemento foi adicionado à formação do projecto para trabalhar a vertente vídeo nas projecções que acompanham os concertos. O concerto realizado numa Quinta em Ossela serviu de marco para essa união, assim como o lançamento do EP “Electric Desire” em edição de artista.
Diogo Paiva (Mr.Wortex), primo de L.Mig, fâ nº 1 do projecto, sempre acompanhou o desenvolver da carreira de FRAME e era praticamente cobaia das novas produções músicas de L.Mig. O gosto pela imagem, vídeo e multimédia levaram a que se dedicasse de toda apresentação vídeo dos concertos, toda a imagem corporativa, divulgação e a construção do site. Nasceu o FRAME.NO.SAPO e através dele materializou-se o portefólio do artista, levando ao mundo toda a informação actualizada dos concertos, fotos, vídeos e musicas. Este canal de informação revelou-se vital, sendo que só assim foram conseguidos os contactos e feitas todas as conexões com o meio musical.

Toda a discografia de FRAME é em edição de autor, com algumas excepções. O canal online cedo se tornou uma fantástica alternativa dado que assim globaliza-se o talento. Esta vertente online levou a que o artista editasse o álbum “Sons do Lago” através da editora online “Enough Records”. Posteriormente editou a musica “Ask me first” para a colectânea “CEN-ART” editada pela Soulseek Records, ramal do conhecido portal de informação musical online Soulseek.

Para além disso alguns temas foram editados e materializados em CD por editoras discográficas, mas sempre de outros artistas ou colectâneas; Remistura de FRAME no tema “O Som do House “ original dos infinite-e, editado no álbum "ex-analogue"; Participação nas colectâneas “V/A Dance Club - Save Our Souls” da conhecida revista de música de dança nacional, com o tema “Fractal”, e na “V/A Alternative World” pela Independent Records com o tema "Interference". Várias propostas de editoras independentes foram recebidas, mas nunca nenhuma foi concretizada.

FRAME é um projecto que defende a livre circulação do conhecimento, dar para poder receber, numa sinergia cultural de enriquecimento pessoal, social e emocional. Cada música é um bocado do próprio artista, uma criação, quase como um filho, e esse pedaço de emoção e privacidade, ao ser intencionalmente divulgado pelo artista, e ao se submeter a essa exposição permite que o mundo inteiro partilhe dessa experiencia e criação. FRAME considera que a linguagem mais universal de todas, a música, deve continuar a sê-lo, e não estar só disponível para quem pode comprar o CD do artista X na loja Y. A propriedade intelectual nunca está em causa, porque se um artista é reconhecido pelo que faz, ninguém o vai confundir com outro artista nem há lugar a confusões e usurpações de temas e títulos.

Assim sendo, e nessa perspectiva, FRAME decidiu que para além de disponibilizar a audição integral de toda a sua discografia, vai brevemente permitir o seu LIVRE download no site oficial, 15 álbuns completos!

FRAME faz música por amor a ela, não por lucro ou avareza.

No que respeita a live’s, e após vários concertos em bares da zona, surge uma grande oportunidade em 2006, com a participação numa mostra de sons, em jeito de concurso, “OUV’ESSE - Mostra de Sons Emergentes” organizado pela “A Oficina”, acontecendo no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor. Não só pela dimensão e projecção do evento, como também pelas excelentes condições de actuação, FRAME revelou neste espectáculo toda a sinergia desenvolvida com Mr.Wortex e toda o força e envolvência das suas novas produções, sendo que após eliminatórias, apesar de não ter ganho, off-record foi considerada projecto revelação na área electrónica. Foi sem dúvida outro grande marco na carreira de FRAME.

“Nesse mesmo ano foi conseguida uma importante ligação com a promotora de eventos Quest4Goa, altura em que conhecemos toda a equipa. Por não termos conseguido tocar no BOOM 2006, por line-up fechado, fomos redireccionados para o after do boom, o Utopia. Como artistas do evento foram-nos oferecidas 3 pulseiras para o festival inteiro. FRAME tinha preparado um concerto abrilhantado com didgeridoo por Ricardo Ruivo e as imagens de Wortex. Essa foi a nossa primeira experiencia com este festival, e da dimensão que foi. Os 6 dias de boom mais 3 de utopia… Bem que experiencia!!! 40 graus a sombra em Idanha-a-Nova, durante uma semana, depois o refrescar no parque de s.gião, foi memorável. Muito por causa dessa tão desejada brisa, o nosso espectáculo foi ás 4 para as 6 da manha. Uma forte gélida corrente fria vinha do rio. Mr wortex teve que tocar no chão e embrulhado em cobertores e sacos cama, dado que o setup dele estava montado mais próximo do rio, onde estava a tela e o videoprojector.”

No ano de 2007, após o efeito Boom, com toda a sua influência criativa, toda a energia captada foi canalizada em novas produções. O lançamento do EP “Journey to the Sun” marcou essa reviravolta nas influencias espelhadas no som. Mais atmosférico, com maravilhosos “colchões” (como L.Mig gosta de lhes chamar), mais psicadélico e progressivo, sempre ao timbre de FRAME.

Com meses de antecedência se soube da presença de FRAME no Festival Sinergia 2007, e logo se desenvolveu trabalho para apresentar nesse evento. Mais uma vez no refrescante parque de S.Gião, um espaço maravilhoso para este tipo de eventos. L.Mig levou “ Journey to the Sun” na mala, e Mr.Wortex os seus vídeos e efeitos propositadamente construídos para o concerto. O concerto correu muito bem, o feedback dos presentes foi bem mostrado com uma grande salva no final em agradecimento pela viagem.

Vários concertos se seguiram. Várias promotoras nos acolheram para tocarmos, a Psyart, a Carpe_Diem.org, e o aniversário da Quest4Goa, na mítica barragem da queimadela em Fafe.
Mas sem dúvida, o momento que há 2 anos tanto se ansiava havia chegado, e FRAME conseguiu estar presente num dos maiores “gatherings” de cultura trance mundial com mais de 20 mil viajantes de todos os cantos do mundo, o BOOM Festival 2008. FRAME tocou na Ambient Forest durante 2 curtas horas. Mais uma vez o nascer do dia como palco de fundo, momento brilhante na carreira do artista.