J.K. Rowling foi publicamente defendida pela Warner Bros.

O estúdio por detrás da saga "Harry Potter", que em breve será uma série da HBO, deu apoio público à escritora britânica, acusada de transfobia por uns e uma heroína para outros por causa dos seus polémicos comentários sobre pessoas transgénero.

“Estamos orgulhosos de contar mais uma vez a história de Harry Potter – os comoventes livros que falam sobre o poder da amizade, determinação e aceitação", diz o comunicado enviado à imprensa.

“J.K. Rowling tem o direito de expressar as suas opiniões pessoais. Continuaremos focados no desenvolvimento da nova série, que só beneficiará com o seu envolvimento", acrescenta o estúdio.

A nova série baseada na adaptação fiel dos livros é uma das apostas mais ambiciosas para os próximos anos do estúdio, com um novo elenco para "chegar a uma nova geração de fãs, com detalhes fantásticos e personagens muito queridas".

Com estreia prevista para 2026, a produção deverá ter sete temporadas, uma por cada livro, ao longo de uma década.

J.K. Rowling acredita que o "género biológico é imutável" e está envolvida em controvérsias desde 2018, depois de afirmar que os direitos das mulheres podiam estar ameaçados por certas reivindicações das pessoas transgénero.

As frequentes mensagens sobre as pessoas transgénero na sua conta X (antigo Twitter) levaram-na a ser acusada de transfobia e de propagar discurso de ódio, e ao distanciamento público de Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, os atores da saga original. Outros defendem-na elogiosamente como uma "feminista radical" na defesa dos direitos das mulheres biológicas.

Alvo de boicote por parte de jovens fãs dos livros, a autora lamentou num texto publicado no jornal The Times em maio de 2024 não ter começado o seu ativismo mais cedo e que acreditava que "o movimento sociopolítico que insistia que 'mulheres trans são mulheres' não era nem bem-intencionado nem tolerante, mas era na verdade profundamente misógino, regressivo, perigoso nos seus objetivos e autoritário nas suas táticas".