Esta quinta-feira, a Netflix disse que adicionou mais de cinco milhões de subscritores no trimestre que terminou recentemente, mas sinalizou a desaceleração do crescimento.
O rolo compressor do serviço de streaming disse que fechou setembro com 282,7 milhões de subscritores, reportando um lucro de 2,4 mil milhões de dólares sobre receitas que aumentaram 15% em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 9,8 mil milhões.
As ações da Netflix subiram quase 5%, para 720,75 dólares nas transações pós-mercado, sendo negociadas a pouco mais que o dobro do preço do ano anterior.
Os executivos da Netflix esperam terminar este ano em força devido a uma lista de próximos lançamentos que inclui uma segunda temporada do sucesso global “Squid Game”.
O conto de terror distópico coreano sobre um concurso fictício e mortal continua a ser, de longe, a série de TV da Netflix mais vista de todos os tempos.
Este trimestre, a Netflix também transmitirá uma luta de boxe entre Mike Tyson e Jake Paul, bem como dois jogos da Liga Nacional de Futebol dos EUA no Natal.
“Estamos muito entusiasmados com o nosso alinhamento”, disse o co-presidente-executivo Ted Sarandos na teleconferência de apresentação dos resultados.
“Temos uma cultura e um modelo operacional que nos permite criar histórias em mais de 50 países”, acrescentou.
A Netflix disse que o tempo médio gasto de visionamento na sua plataforma cresceu para cerca de duas horas diárias por subscritor no terceiro de 2024, divulgando uma série de sucessos, incluindo “The Perfect Couple”, “Emily in Paris” e “O Caça Polícias: Axel Foley."
Sarandos disse que os criadores de programas estavam curiosos sobre como poderiam usar ferramentas de Inteligência Artificial.
A Netflix diz que a adesão aos planos suportados por publicidade cresceu 35% em relação ao trimestre anterior.
No próximo ano, a plataforma deverá atingir uma escala procurada pelos anunciantes nos doze países onde oferece esses planos, de acordo com o copresidente-executivo Greg Peters.
“Vale a pena notar que ainda temos muito trabalho pela frente para atingir esse objetivo e melhorar a nossa oferta para os anunciantes”, disse Peters.
Ross Benes, analista sénior da eMarketer, alertou que a Netflix precisará ter cuidado para não degradar a experiência dos espectadores ao inserir anúncios na programação, e previu que a receita publicitária nos EUA seria uma pequena fração do dinheiro que a empresa recebe.
Numa tentativa de impulsionar o crescimento acelerado, a empresa lançou uma oferta suportada por anúncios no ano passado, na mesma altura em que reprimia a partilha de senhas.
Como parte desse esforço, a Netflix também abandonou o seu plano comercial mais barato no Reino Unido e no Canadá, com expectativas de novas mudanças de política nesse sentido.
Embora a Netflix tenha conquistado 5,1 milhões de subscritores em geral no trimestre, foi uma queda em relação aos 8,8 milhões que conquistou no mesmo período do ano anterior, com o impulso da repressão da partilha de senhas a parecer diminuir.
“A Netflix eventualmente reforçará a sua limitada audiência ligada à publicidade com mais parcerias e pacotes que incentivem as pessoas a escolher planos de publicidade”, disse Benes.
A empresa também lançou uma plataforma interna de publicidade para que as marcas possam otimizar melhor os dados dos seus clientes, deixando de fazer parceria com a Microsoft para essa tecnologia.
Os investidores aplaudiram as medidas, com as ações da Netflix a ganhar terreno este ano, apesar dos avisos de que o crescimento do número de subscritores iria desacelerar.
Nos EUA, a empresa passou a oferecer a alguns utilizadores pacotes combinados com rivais de outros tempos, ficando disponível através de subscrições conjuntas com as plataformas Peacock e Apple TV+.
A Netflix é vista com estando a reinar de forma dominadora o mercado de conteúdos de vídeo, com a Disney+ ainda a lutar quase cinco anos após um lançamento que apresentou uma série de novos conteúdos dos seus universos de grande sucesso Marvel e "Star Wars".
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