Dentro e fora do ecrã, Chuck Norris faz valer a sua vontade e após uma longa batalha jurídica, vai receber o dinheiro a que tem direito dos lucros da série "Walker, O Ranger do Texas".
Em 2019, a estrela de ação e lenda das artes marciais processou o canal e estúdio CBS pelos lucros das oito temporadas e mais de 200 episódios da sua popular série, exibida entre 1993 e 2001, e um telefilme de 2005.
Esta segunda-feira, um juiz do Tribunal Superior de Los Angeles deu por encerrado o processo após as partes comunicarem que tinham chegado a um acordo.
Os termos não foram divulgados, mas o Deadline indica que Norris, de 83 anos, teve direito a uma boa compensação.
Através da sua produtora Top Kick Productions, Chuck Norris alegava que fora violada a alínea do seu contrato que estipulava que tinha direito a 23% dos lucros “ganhos de toda e qualquer exploração de 'Walker, O Ranger do Texas'", que estimava ter gerado receitas de mais de 692 milhões de dólares desde a estreia em 1993.
Alegando que a sua reputação foi uma das razões para a CBS ter dado luz verde à produção televisiva, pedia pelo menos 30 milhões de dólares pelas receitas do streaming de video-on-demand (SVOD) e outras.
A Sony Pictures TV estava incluída no processo original com o argumento de que estava contratualmente vinculada aos mesmos termos da CBS quando fez um contrato de licenciamento para distribuir a série, mas foi removida no ano passado.
O processo alegava que CBS e Sony tinham intencionalmente promovido, vendido e distribuído a série para arrecadar taxas e receitas significativas, mas evitando ter de pagar à sua estrela principal a parte a que teria direito.
Concretamente, era privilegiada a promoção de "Walker, o Ranger do Texas" em plataformas de SVOD, algumas das quais eram detidas pelas duas empresas ou estas tinham uma participação, em detrimento de canais de TV e dos consumidores de DVD.
A Top Kick descrevia também que que a CBS não incluía as receita de SVOD nas declarações de participação dos lucros desde 2004 e recusara apresentar as da Sony, com esta também a ser acusada de ter ignorado uma proposta lucrativa de licenciamento feita pela Katz Broadcasting, optando por um acordo exclusivo com a Get TV... de que era a proprietária.
Num relato que certamente encontra ressonância nos argumentistas e atores de Hollywood atualmente em greve por melhores salários e compensações financeiras, a queixa dizia que "o sistema institucional para explorar 'Walker, o Ranger do Texas' e os relatórios de acompanhamento da CBS são projetados para manter a Top Kick na ignorância, ficando sem acesso a fontes [de informação] precisas e os valores das receitas em questão, e evitar que a Top Kick conhecesse os vários métodos e termos contratuais pelos quais foi diluída, reduzida e substancialmente violada a Cláusula de Lucro de 23%".
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