O guitarrista dos Xutos & Pontapés, Zé Pedro, morreu na quinta-feira, em Lisboa, aos 61 anos. O músico estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 4 de novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.
Ao Observador, Helena Reis, irmã de Zé Pedro, é autora da biografia do músico "Não Sou o Único", deixou um testemunho escrito. "O Zé Pedro seguiu viagem. Ele gostava de viajar e achava que Portugal inteiro era a sua casa e que todos os portugueses eram da nossa família", começou por escrever a irmã do músico.
No texto, Helena Reis sublinha que Zé Pedro "gostava da vida, gostava de rir, gostava de rock, gostava do palco, gostava de ouvir e contar histórias, de fazer amigos, de tomar conta das pessoas e de viver com intensidade". "Gostava da noite e do dia, da praia e do mar, de ver televisão e de ouvir música", acrescenta.
Do que vou sentir mais falta é do seu sorriso imenso
A irmã de Zé Pedro recorda ainda que o músico se apaixonou "loucamente pela mulher [Cristina] da sua vida e não se cansava de bradar bem alto a sua paixão".
"Morreu o meu irmão. Mas do que vou sentir mais falta é do seu sorriso imenso!”, termina assim a carta partilhada no Observador.
José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos, “com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares”, como recordou num dos capítulos da biografia “Não sou o único” (2007), escrita pela irmã, Helena Reis.
No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que passou a chamar-se Xutos & Pontapés, mais tarde, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges.
O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se em 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.
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