Anselmo Ralph Andrade Cordeiro, mais conhecido por Anselmo Ralph, deu mais motivos para a paixão dos seus fãs no concerto a 5 de dezembro no Campo Pequeno. O cantor, visivelmente nervoso, parecia algo perdido em palco, sendo acarinhado pelos seus fãs e convidados especiais que desde cedo demonstraram o calor do público português (e não só).
As filas eram de loucos, e desde cedo se percebeu que aquela iria ser uma noite cheia de emoção. A euforia dos fãs do cantor angolano manifestou-se desde o momento da abertura das portas, com gritos incessantes e aclamações ao cantor que ainda tardaria a chegar, dando oportunidade aos HMB e aos No Stress de abrirem o seu concerto.
Contudo, para começar, HMB é um nome curto, igual à descrição do seu momento em palco.
No entanto, quando se toca no nome "No Stress", o cenário muda de figura, atingindo uma escala que em nada está associada ao nome do grupo, ou seja, a histeria pura.
Os No Stress pisaram o palco do Campo Pequeno que de imediato se iluminou pela quantidade de máquinas fotográficas a disparar ao mesmo tempo na direção dos cinco rapazes.
Desde a apresentação de cada um deles (Cláudio, Tiago, Daniel, James e Valter), que os gritos do sexo feminino, o sexo dominante deste dia, se fizeram ouvir a alto e bom som.
Os rapazes fizeram as delícias das fãs presentes no Campo Pequeno, cantando as suas faixas mais conhecidas como o seu single, "A Um Passo do Céu", bem como alguns tributos, como foi o caso dos Backstreet Boys, independentemente das falhas técnicas que, apesar do apelo dos rapazes, acabaram por não ser solucionadas.
Desta forma, será justo concluir que, apesar de todo o carinho e empenho que os No Stress demonstraram em palco, estes ficaram, de facto, "A Um Passo do Céu" com os cortes do microfone.
Contudo, após o golpe de energia dado pela primeira parte do concerto, o certo era que os fãs desesperavam por Anselmo, e o mesmo não tardou mais, chegando ao palco para um concerto em cheio que durou hora e meia.
Numa entrada repleta de confetti e luzes em palco, o cantor angolano arrebatou os seus fãs num começo repleto de dança e coros afinados, onde seria precisa uma pesquisa vasta pelo recinto para descobrir alguém que se mantivesse colado à cadeira ou recatado a um canto.
"Curtição" foi a faixa escolhida pelo cantor para dar entrada a Paulo Junqueiro, num dos momentos mais especiais da noite com o qual o cantor não contava. A música cessou e ao palco subiu um dos atuais jurados do Factor X de Portugal, entregando em mãos o Disco de Ouro a Anselmo Ralph que, de imediato, ficou sem saber o que dizer. "Eu juro que não sabia disto! Muito obrigado. Eu não o faço pelos prémios, faço por vocês", agradeceu, uma vez mais, o cantor angolano.
Contudo, ainda não estando ainda em si, o cantor voltou a frisar após uma outra faixa: "Eu ainda estou a pensar no disco de ouro. Não me vai sair da cabeça!".
E daí em diante, as surpresas nunca tiveram direito a parar, embora Ralph se demonstrasse demasiado nervoso para conseguir prosseguir o concerto sem consultar a sua cábula a cada transição, chegando mesmo a mudar o rumo por lapso de leitura.
Mas não foram apenas os fãs do Campo Pequeno que tiveram direito a surpresas, sendo que o cantor ligou a três fãs, diretamente dos telemóveis de pessoas do público, para lhes dizer um "olá", ou mesmo para lhes dedicar uma música. Escusado seja dizer que, como já seria de esperar, do outro lado da linha apenas se ouviam guinchos e vozes trémulas, enquanto a plateia ria com a emoção demonstrada.
"Única Mulher" foi outra das faixas apresentadas do cantor onde, para não descuidar, o coro permaneceu impecável como sempre, levando o cantor a remoer: "Não parece que o álbum saiu na segunda-feira".
E não seria um concerto de Anselmo Ralph sem a faixa "Não Me Toca", onde o cantor se fez acompanhar de uma fã, vencedora de um passatempo, com a qual dançou em palco.
Última nota para as homenagens feitas a Paul Walker, o ator falecido, bem como a Nelson Mandela, cuja morte tinha sido conhecida poucos minutos antes.
Por fim, resta-nos dizer que o concerto encerrou com a emblemática "Não Me Toca", numa repetição que, certamente, não deixou de agradar aos seus admiradores, num concerto ritmado e bastante sentimentalista de um dos angolanos de eleição dos portugueses.
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