“A Câmara não pode dar a dois eventos lucrativos, organizados por privados que visam o lucro, quase um milhão de euros. É demais”, conclui em comunicado o presidente da concelhia social-democrata, Bruno Pereira, referindo-se aos apoios da autarquia ao “ EDP Beach Party” e ao “Tributo a Nelson Mandela”, ambos realizados este mês.
Por isso, o PSD “demarca-se do esbanjamento de recursos públicos que resultam de impostos pagos pelos matosinhenses”, nomeadamente porque a maioria que lidera a autarquia, presidida pela socialista Luísa Salgueiro, “recusa baixar o IMI ou o IRS” no concelho de Matosinhos, distrito do Porto.
Os social-democratas reconhecem a importância da realização daqueles festivais e admitem ter “apoiado, votando favoravelmente, as propostas de isenção de taxas para a realização destes eventos e a concessão de apoios aos promotores destas e de outras iniciativas similares”.
“Contudo, tudo deve ter limites ou tudo tem de ser feito de forma transparente, com conta peso e medida”, defendem.
Para o PSD, “tal não aconteceu este verão, pois no caso do EDP Beach Party e do Tributo a Nelson Mandela esses limites foram largamente ultrapassados”.
“Os apoios da Câmara a estas duas iniciativas totalizam quase um milhão de euros: 176 mil euros a título de isenção de taxas e 125 mil euros de subsídio, no caso da Beach Party, e 306 mil euros a título de isenção de taxas e 250 mil euros de subsídio, no caso do Tributo a Nelson Mandela”, descrevem.
Segundo o PSD, “a estes valores acrescem apoios logísticos, nomeadamente: cedência de grades, de equipamentos, montagens e desmontagens, cujos valores não são de conhecimento público”.
A concelhia aponta ainda o dedo ao facto de as duas iniciativas serem organizadas “por empresas privadas, que visam o lucro” e que angariaram, com os eventos, 1,8 milhões de euros e 1,6 milhões, respetivamente, “apenas com a receita de bilheteira”.
O PSD alerta que a autarquia “celebrou ainda um protocolo com a empresa que organizou o evento em que esta se compromete a entregar parte das receitas a três instituições de solidariedade de Matosinhos”.
“Só que não se sabe que parte das receitas vai ser entregue nem quem escolheu, como escolheu e porque foram escolhidas estas três instituições”, lamenta o PSD, pedindo que se divulgue “quanto foi entregue, exatamente, a cada uma das instituições”.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter uma reação da autarquia a estas críticas
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