A iniciativa, que decorre até 4 de junho, leva ao palco nomes como Camané, Cristina Branco, José Manuel Neto, Clara Andermatt, Joana Craveiro, Miguel Fragata, Inês Barahona, Teatro Praga e Ricardo Cabaça, entre outros.
Além dos artistas oriundos de Portugal, a sétima edição do festival junta nomes emergentes da Suécia, Polónia, Grécia e Itália, no intuito de dar "outras visões de uma Europa aberta, livre, inventiva, acolhedora, unida, uma Europa à imagem do que imaginavam os pais fundadores: uma bela e viva utopia", escreve no texto de apresentação o lusodescendente Emmanuel Demarcy-Mota, diretor do Théâtre de la Ville e fundador do certame.
Miguel Loureiro abre hoje o festival, com o espetáculo "Paris > Sara > Lisboa", encomendado pelo Thêatre de la Ville e pelo São Luiz Teatro Municipal, no qual o encenador faz "um retrato insólito de Sarah Bernhardt, uma atriz lendária", detalha o programa.
O também ator e dramaturgo, nascido em 1970, em Moçambique, vai apresentar, pela primeira vez, em França, a peça "Do Natural", a 18 e 19 de maio, inspirada naquele que é considerado o primeiro trabalho literário do escritor alemão W.G. Sebald, um “poema em prosa” com o mesmo título.
A 18 de maio, numa colaboração entre o Museu do Fado e o Théâtre de la Ville, tem lugar "um concerto concebido para o Chantiers d'Europe", com Camané, Cristina Branco e José Manuel Neto.
Joana Craveiro, fundadora da companhia Teatro do Vestido, leva ao palco do Théâtre des Abbesses, a 20 e 21 de maio, "Un musée vivant des petites mémoires oubliées" ("Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas"), "testemunhos para contar a história do Portugal de ontem e de hoje", nomeadamente de "portugueses que emigraram para França", precisa o diretor do festival no texto de apresentação do programa.
A 23 de maio é a vez de uma "figura pioneira da dança contemporânea portuguesa ainda desconhecida em França", Clara Andermatt, apresentar o espetáculo "Fica no Singelo", no Théâtre de la Ville, no qual "revisita as danças e as músicas tradicionais portuguesas".
De 26 a 28 de maio, também no Théâtre de la Ville, os fundadores da companhia Formiga Atómica, Miguel Fragata e Inês Barahona, estreiam, em França, "La Marche des Éléphants" ("A Caminhada dos Elefantes"), "um espetáculo feito de objetos, sombras e poesia (...) para falar da morte e das atenções que acompanham o tempo do luto".
De 31 de maio a 4 de junho, o Teatro Praga aprsenta em França a peça "Zululuzu", "um retrato surpreendente de Fernando Pessoa escrito a partir dos seus anos de juventude na África do Sul", sendo a quarta vez consecutiva que a companhia participa no festival, depois de ter levado a palco "Hamlet sou eu", em 2015, "Tear Gas", em 2014, e "Eurovision" e "Discotheater", em 2013.
A apresentação no Théâtre de La Ville realiza-se depois da estreia mundial em Istambul, na Turquia, a 19 de maio. A estreia portuguesa está anunciada para setembro, em Lisboa.
Os artistas Jorge Jácome, Priscila Fernandes, Pedro Barateiro, Nuno Cera e João Onofre vão apresentar obras em vídeo, no Palais de Tokyo, na sexta-feira, um dia dedicado aos 500 anos da publicação de "Utopia", de Thomas More.
A 28 de maio, Ricardo Cabaça apresenta o texto escrito em residência artística no Théâtre de la Ville, intitulado "Naufragés" ("Náufragos"), "um mergulho na vida dos homens obrigados a trocar o seu país pela Europa".
O Théâtre des Abbesses tem, ainda, a 03 de junho, uma sessão de leitura da correspondência entre Sonia Delaunay e Amadeo de Souza-Cardoso, numa altura em que está patente, até 18 de julho, uma exposição dedicada ao pintor português no Grand Palais, em Paris.
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