Jovens e militantes da Velha Guarda de t-shirt vermelha e com máscaras de papel com o rosto de Lula reuniram-se sob os Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, para ouvir vários artistas que protagonizaram um ato político e cultural a favor do líder da esquerda.
"Diz-se muitas vezes que Lula só atrai gente pobre, quem recebe a ajuda do Bolsa Família, mas hoje comprova-se que os intelectuais brasileiros apoiam a sua liberdade, porque foi condenado sem provas", disse a funcionária pública Sílvia Costa, de 51 anos.
Além de Chico Buarque e Gilberto Gil, o cartaz contou com Beth Carvalho e da funkeira MC Carol, entre outros, num evento que acabou batizado de "Lulapalooza".
Chico e Gil não tocavam juntos desde 1973, quando o país estava em plena ditadura militar. Ausente, Caetano Veloso, o outro elemento desse trio de ouro, está em digressão pela Europa.
Embora "Lula livre" tenha ecoado ao longo do dia, nem todos estavam ali pelo ex-presidente.
"Eu, sinceramente, venho pelos artistas, porque gosto do Chico e do Gil. Não sou muito a favor da causa do Lula. Acho que é muito difícil que ele não tenha roubado, quando caiu quase todo mundo em seu governo", afirmou Gabriel Nascimento, um estudante de história de 19 anos.
"Não há um líder igual ao Lula em todo Brasil. É o único capaz de endireitar o país", comentou Imaculada Santos, uma comerciante de 50 anos.
Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro. Com outros cinco processos pendentes, o ex-presidente defende a sua inocência e diz ser vítima de uma manobra das elites para que não possa voltar ao poder.
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