De acordo com um anúncio publicado hoje em Diário da República, o Cravo Antunes de 1789, atribuído a João Batista Antunes, está em “vias de classificação” como “bem móvel de interesse nacional”.
Este instrumento, “praticamente desconhecido do público”, é considerado o “irmão mais novo” do mundialmente conhecido Cravo Antunes construído em 175 por Joaquim José Antunes e já classificado como Tesouro Nacional.
O cravo é um instrumento de tecla com cordas dedilhadas. A sua forma exterior aproxima-o do piano de cauda, enquanto que o som que produz remete para cordofones, como a viola dedilhada, tendo sido um instrumento habitual nos serões palacianos até finais do século XVIII.
Os dois cravos integram parte do espólio do Museu Nacional da Música (MNM), refletindo o de João Batista Antunes o facto de ter sido construído “numa altura em que já se ouviam os pianofortes nos salões” e daí ter “uma maior extensão, e um teclado maior, permitindo tocar composições que, no outro caso, não são possíveis, [pelo que] há, assim, uma evolução muito nítida”, afirmou, em declarações à Lusa, em 2018, a diretora do MNM, Graça Mendes Pinto.
De acordo com outro anúncio hoje publicado em Diário da República, a DGPC abriu também processo para a classificação do pianoforte da autoria de Henri-Joseph van Casteel (1722 – 1790).
O Pianoforte van Casteel, como é designado, foi construído em Portugal em 1763 e provém da coleção do compositor Alfredo Keil, autor do Hino Nacional e da ópera “A Serrana”, entre outras peças musicais, fazendo parte do acervo do Museu Nacional da Música.
Os instrumentos são materiais “cuja proteção e valorização representam valor cultural de significado para a Nação”, lê-se nos dois anúncios, que acrescentam que, independentemente do desfecho do processo, os referidos bens irão constar do inventário.
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