Depois de meses de um lento retomar das edições discográficas, a chegada de novos registos ao mercado demonstra que esta indústria estará a regressar aos níveis anteriores à pandemia da COVID-19.
Entre os seis álbuns de música portuguesa hoje editados, está o primeiro de Julinho KSD que, segundo a editora Sony Music Portugal, destina-se a “mostrar as suas raízes”.
Em “Sabi na sabura”, que em português significa "estar bem na vida", Julinho KSD conta “como é estar na sua pele, desde as origens humildes, com temas sobre os seus pais imigrantes, naturais de Cabo Verde, até à explosão do sucesso com o tema ‘Sentimento Safari’, de 2019”.
No álbum de estreia, o músico, que nas músicas mistura crioulo, inglês e português, conta com convidados como Richie Campbell, Edgar Domingos, Fumaxa, Deezy, T-Rex e Pica.
Entre os seis álbuns de músicos portugueses hoje editados há uma outra estreia, mas esta a solo, de Carlos Moisés, vocalista dos Quinta do Bill desde 1987.
Com o trabalho a solo, Carlos Moisés quis revelar “outras formas musicais”. “Talvez o meu lado um bocadinho mais pop, fugir um bocadinho da folk [dos Quinta do Bill]”, contou à Lusa, relevando que as canções que compõem o álbum de estreia a solo “foram sendo construídas e foram ficando sempre à espera da oportunidade de chegar ao grande público”.
Embora seja um álbum a solo, o músico contou com várias colaborações, nomeadamente na escrita de letras.
“Moisés – primeiro solo” conta com poemas do escritor José Luís Peixoto, do jornalista Joaquim Franco e dos músicos Tim, Moz Carrapa, Sebastião Antunes e José Mário Branco, que morreu em novembro de 2019, aos 77 anos.
O tema com letra de José Mário Branco, que abre o disco, chama-se “Regresso” e “tem dois estados de espírito: um primeiro de revolta e de alerta e um segundo um pouco mais de contemplação, onde ele diz que vem de além e que está novamente presente”.
“É como se ele regressasse”, afirmou Carlos Moisés, reforçando que foi “um privilégio poder contar com um texto do grande José Mário Branco, ainda por cima escrito expressamente para esta obra, que ele acompanhou desde a sua génese”.
Hoje chega também “Lado Bom”, que, de acordo com o agenciamento da artista, é o “disco mais pessoal da carreira” de Rita Redshoes e o primeiro em que os temas são todos em português.
No quinto álbum de originais, Rita Redshoes, que já colaborou com músicos e bandas como David Fonseca, The Legendary Tigerman, Noiserv e GNR, conta com o fadista Camané entre os convidados.
O segundo álbum de Garcia, “Canção”, descreve o agenciamento do músico em comunicado, é “um tributo aos que escrevem e compõem, aos autores, mas também a quem escuta e sabe escutar canções”.
“É uma viagem às primeiras memórias de curiosidade em conhecer quem está por de trás das criações, de descobrir as suas motivações, inspirações”, lê-se no comunicado.
Ao longo da carreira, Garcia “atuou quase sempre ao lado daquele que é considerado um dos maiores virtuosos guitarristas de sempre em Portugal, Phil Mendrix, e partilhou o palco com muitos e renomeados artistas, desde Jorge Palma a Camané, e colaborou com Rogério Charraz, Yara Gutkin, Pedro Branco, entre tantos outros”.
“Ninguém nos vai tirar o Sol” é o terceiro álbum de originais de Joana Espadinha, que a Valentim de Carvalho destaca como “um trabalho de afirmação na constelação ‘pop’ nacional”.
“É um álbum maduro e apaixonado, que nos abraça a cada palavra, com o seu olhar profundo, perspicaz, inteligente e otimista sobre a vida”, lê-se num comunicado da editora.
Hoje é ainda editado o novo álbum do baterista e produtor Fred Ferreira, “Series Vol.1 – Madlib”, que é “uma espécie de tributo” ao DJ, produtor e rapper norte-americano Madlib (Otis Jackson Jr.).
Segundo o agenciamento do músico, para criar “Series Vol.1 – Madlib”, Fred “rodeou-se de um ensemble de luxo, um quarteto de experimentados músicos de jazz que o levaram a encontrar novas formas de vida na criação e a dar um esforço extra à execução”.
O quarteto é composto por Eduardo Cardinho, no vibrafone, Tomás Marques, no saxofone, Márcio Augusto, no baixo, e Karlos Rotsen, no piano e teclados, que “juntos conferem a ‘Series Vol.1 – Madlib’ uma dimensão de novo-jazz”.
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