“A DGArtes deu início ao programa Saber Fazer com o mapeamento e caracterização das artes tradicionais em território nacional”, lê-se num comunicado hoje divulgado no ‘site’ da DGartes.
Este mapeamento “consiste na criação de um Repositório - uma plataforma digital que organiza, relaciona e dá acesso a informação sobre materiais naturais, os artesãos e as tecnologias que os transformam e os locais onde podemos ganhar mais conhecimento sobre as práticas, como museus, instituições ou eventos periódicos”.
A criação do repositório envolve várias entidades do setor, “incluindo as entidades municipais e organizações da sociedade civil, que colaboram na identificação e partilha do conhecimento existente sobre as artes e ofícios tradicionais”.
O Saber Fazer foi anunciado em julho de 2019, pela então ministra da Cultura, Graça Fonseca, como um programa que, em parceria com as áreas governativas da Economia, Turismo, e do Trabalho, pretende afirmar a produção artesanal tradicional como “um setor dinâmico, inovador e sustentável”.
Inserido na estratégia nacional da Cultura para o período entre 2019 e 2024, este programa assenta em quatro pilares: preservação, educação, capacitação e promoção.
Cerca de um ano depois, em setembro de 2020, o programa foi aprovado em Conselho de Ministros.
A resolução do Conselho de Ministros reforçava os três eixos em que este programa nacional deve assentar - transversalidade, territorialidade e tecnologia –, para assegurar que aqueles conhecimentos artesanais chegam a mais gerações e ganham mais valor económico e turístico.
Em julho de 2019, Graça Fonseca anunciou que a sede do Saber Fazer seria implantada no Museu de Arte Popular, em Lisboa, também para “projetar o museu para o futuro”.
Em junho de 2020, foi criada a Associação Saber Fazer, para coordenar as medidas do programa e mediar as relações entre entidades e os agentes no terreno, apoiar a criação de um centro tecnológico do saber fazer, para pesquisa, desenvolvimento tecnológico e aprendizagem das técnicas artesanais.
A associação tem ainda por missão identificar as necessidades de educação e formação profissional nesta área, estimular o trabalho em rede, nomeadamente entre artesãos, mas também entre empresas e outros profissionais de diferentes áreas artísticas, bem como criar experiências turísticas e roteiros temáticos.
Os associados públicos fundadores da Associação Saber Fazer são o Estado, através do pelouro da Cultura, o Turismo de Portugal, a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, podendo ainda ser admitidos como associados quaisquer outras pessoas coletivas com atividade relevante no âmbito da promoção das artes e ofícios.
Cada associado fundador concorre para o património social da associação com uma quota anual de 20 mil euros, sendo a quota anual do Estado, enquanto associado fundador, suportada pela Direção-Geral das Artes.
O programa Saber Fazer vai receber verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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