De acordo com a mesma fonte, “a entrega do Prémio Camões será remarcada para data a definir”.
No final do ano passado foi conhecida a data escolhida para a atribuição do prémio a Chico Buarque, 25 de Abril de 2020, o mesmo dia em que se assinala a Revolução dos Cravos.
Esta era já apontada anteriormente como uma data provável, por ser da preferência do músico.
A entrega deste Prémio Camões tem sido atribulada, pois já antes disto, em outubro do ano passado, cinco meses depois de ser conhecido o vencedor, o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deixou claro que poderia não assinar o diploma de atribuição do prémio.
Na altura, Bolsonaro avisou, citado pelo jornal Folha de São Paulo, que não tinha essa assinatura entre as suas prioridades, atirando-a para o termo de um eventual segundo mandato, a 31 de dezembro de 2026: "Até 31 de dezembro de 2026, eu assino".
Em resposta, Chico Buarque publicou na sua conta no Instagram: "A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prémio Camões".
Chico Buarque, que enfrentou a ditadura militar (1964-1985) e detém um percurso de mais de meio século nas letras e na música, é um apoiante do Partido dos Trabalhadores (PT), defensor do ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e crítico do governo de Jair Bolsonaro.
O valor total do prémio Camões é de 100 mil euros, divididos entre Brasil e Portugal. A parte financeira foi resolvida em junho, e a assinatura do diploma é apenas uma formalidade, mas o documento poderá chegar às mãos do músico sem a assinatura do presidente do Brasil.
Chico Buarque foi anunciado vencedor do Prémio Camões 2019 no dia 21 de maio do ano passado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.
Para o júri do Prémio Camões, a maior distinção literária de língua portuguesa, a escolha de Chico Buarque deve-se à sua "contribuição para a formação cultural de diferentes gerações", e o "caráter multifacetado" do seu trabalho, da poesia, ao teatro e ao romance, estabelecendo-se como "referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia e vários países a adotarem medidas de contenção da propagação, como o distanciamento social, o confinamento, o encerramento de serviços e o controlo de fronteiras.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos e 16.934 casos de infeção confirmados.
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