Uma hora antes do início da segunda semifinal, que começou às 20:00, na Altice Arena, no Parque das Nações, os quatro amigos chamavam a atenção. Vestidos de Benny, Frida, Bjorn e Agnetha, cantavam um dos temas mais conhecidos do grupo sueco, arrastando outros fãs para o ‘coro’.
São de Madrid, das Canárias e de Sevilha, e decidiram vestir-se de ABBA para celebrar os 44 anos da vitória da banda sueca na Eurovisão: “É pela diversão”, disse José, em declarações à Lusa.
Questionados sobre a canção de Espanha, “Tu Canción”, soltaram uma gargalhada e preferiram apontar a vitória do Chipre este ano: “Fuego, Fuego”, gritaram em uníssono o nome da música cipriota, cantada por Eleni Foureira.
Christine e Gordon são do Reino Unido. Ele de fato e gravata, com as cores do país, ela com alguns adereços alusivos à bandeira, como a ‘t-shirt’ e a mala. Casados há 40 anos, assistiram em 1998 ao Festival Eurovisão da Canção, que nesse ano se realizou em Birmingham, e este ano decidiram voar até Lisboa.
“Gostámos muito de ir em 1998. Foi brilhante e este ano decidimos voltar”, afirmou Christine, defendendo que a canção do Reino Unido é uma das melhores que o país já levou à Eurovisão.
Gordon, o marido, preferiu destacar que no ano passado Salvador Sobral, com o tema “Amar Pelos Dois”, foi “maravilhoso”. “Este ano acho que vai ser o Chipre [a vencer]”, afirmou convicto, antes de cantar um pouco da música do Reino Unido, “Storm”, interpretada por Suri.
“Votem em nós”, apelou ainda, agitando a bandeira do país.
Da Holanda, a agência Lusa encontrou Erik Bolks. Da cabeça aos pés, literalmente, vestido com um fato justo todo cor de laranja, que lhe cobria também a cara, e com uma peruca da mesma cor. O “disfarce” incluía ainda um laço ao pescoço e uma bandeira à volta da cintura.
Às costas tinha uma mochila onde transportava uma galinha de plástico, uma “prenda” para entregar à representante de Israel, Netta, que imita este animal durante a sua atuação. Este fã da Eurovisão tem 44 anos e é a nona vez consecutiva que assiste ao vivo ao concurso.
“Acho que sou um grande fã, não sei”, disse com um sorriso audível, mas pouco visível, acrescentando achar “que a Holanda não ganha, mas qualifica-se [para a final], o que é suficiente”.
Duas horas antes da semifinal, Guy Stansfield estava à espera para entrar numa das portas laterais que dá acesso à Altice Arena. Acompanhado por mais três amigos, todos de Melbourne, seria um dos primeiros a entrar para o pavilhão.
É a quarta vez que assiste ao vivo ao concurso, coincidindo com as participações da Austrália, que se estreou em 2015 como país convidado.
“Acredito que vamos ficar no ‘top 10’. Tenho a esperança de que possamos ficar em primeiro lugar, mas a competição está muito forte”, disse, referindo-se à canção “We Got Love”, interpretada por Jessica Mauboy.
Ao lado dos australianos estava o polaco Marcin Krepski, de 22 anos e de Varsóvia. Na cara pintou as cores da bandeira do país e, às costas, levava uma bandeira. Como já foi mais de dez vezes ao Brasil, falou em português com a Lusa, no ano em que assiste pela primeira vez ao vivo ao concurso.
“Espero que [a Polónia] passe [à final]. Nunca ganhámos. Ficámos uma vez em segundo lugar”, em 1994, com Edyta Górniak, recordou.
Quanto à canção portuguesa, “O Jardim”, interpretada por Cláudia Pascoal, “adora”, mas não tem dúvidas em afirmar que o tema escrito por Isaura “não vai ganhar”.
Da Suécia, cinco amigos com cabeleiras azuis e amarelas, as cores do país, receberam solicitações de outros fãs para tirar fotografias. Juha Piik foi um deles. Aos 60 anos, já assistiu ao vivo a mais de 20 edições do Festival da Eurovisão.
Questionado sobre a canção da Suécia, a expressão facial de Juha Piik mudou radicalmente: “Não vai ganhar… mas qualifica-se [para a final]”.
A segunda semifinal da 63.ª edição do Festival Eurovisão da Canção está a decorrer hoje à noite na Altice Arena, estando a final agendada para sábado, no mesmo local.
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