Três anos depois, os festivaleiros reencontraram-se no MEO Marés Vivas. Com uma nova ‘casa’, no antigo Parque de Campismo da Madalena, o festival de Vila Nova de Gaia encheu-se para receber um bom e velho amigo de Portugal, Bryan Adams.
Depois de em janeiro ter atuado no Pavilhão Multiusos de Gondomar e na Altice Arena, em Lisboa, o músico canadiano regressou para celebrar o verão com os fãs portugueses. Poucos minutos depois das 23h00, o artista subiu ao Palco MEO e foi recebido com uma ovação pelos festivaleiros - é por estas recepções calorosas que os artistas adoram o público português.
Dono de êxitos que atravessam gerações, Bryan Adams chegou ao MEO Marés Vivas com “Kick Ass”, canção que faz parte do seu mais recente álbum (“So Happy It Hurts”, editado em março deste ano). A energia do novo single abriu caminho para uma viagem no tempo com “Can’t Stop This Thing We Started”, de 1991.
Os primeiros dois temas marcaram o ritmo da noite, que seguiu com “Shine a Light” - apesar de não ser um dos grandes êxitos do cantor, o refrão simples e orelhudo foi cantado a uma só voz pelas 30 mil pessoas que esgotaram esta quinta-feira o MEO Marés Vivas. Em português (quase perfeito), o canadiano apresentou o tema e cumprimentou a multidão: “Sou o vosso cantor esta noite (...) Esta música chama-se ‘Shine a Light’".
Intercalando êxitos com novas canções e sempre a todo o gás, o músico entregou ainda no início do concerto um dos temas mais marcantes da sua carreira, "Heaven", da colheita de 1984. Como seria de esperar, os smartphones saíram dos bolsos para registar o momento e o músico contou com um gigante coro de 30 mil vozes em sintonia.
"It's Only Love", “You Belong to Me” e “I've Been Looking for You”seguiram-se no alinhamento do músico que diz ter 18 anos até morrer. "It's Only Love" também não ficou de fora do alinhamento e o canadiano fez suspense para dar a entender que Tina Turner iria subir a palco - os fãs mais atentos já sabem que o cantor gosta de pregar esta pequena partida ao público.
Entre canções, Bryan Adams foi conversando com os fãs e arriscando sempre algumas palavras em português. "Beijinhos" foi a palavra que mais se ouviu na praia da Madalena.
A festa seguiu com mais um hits, "Please Forgive Me" e "Here I Am", que garantiram grandes momentos de comunhão entre os fãs e o cantor canadiano. O ambiente de festa com muita dança continuou com "When You’re Gone”, canção de Bryan Adams com Melanie C e que transportou o público até aos anos loucos da adolescência.
Com tantos êxitos na bagagem, o cantor não guardou uma das canções mais esperadas para o final. "(Everything I Do) I Do It For You" chegou antes da despedida e do encore, sendo celebrada e cantada em eco pelos festivaleiros.
Sempre com um sorriso e próximo do público, tal como um grande amigo, Bryan Adams agarrou o público em todos os temas, mas o saltos coordenados e as danças desordenadas chegaram com “Kids Wanna Rock”, que agitou os festivaleiros para o grande momento da noite: “Summer of ’69”, talvez o maior êxito do cantor e uma das canções que continua a rodar sem parar nas rádios nacionais, foi celebrada com euforia pelas 30 mil pessoas de todas as idades.
Depois do grande hit, muitos dos festivaleiros esperavam a despedida do canadiano. Mas ainda faltavam alguns sucessos incontornáveis: o clássico “Cuts Like a Knife” serviu de banda sonora antes do encore. Depois da multidão pedir a uma só voz “só mais uma”, o cantor regressou ao palco para disparar mais quatro canções (e meia). O adeus definitivo foi ao som de “So Happy It Hurts”, “Run to You”, de uma versão de “Can't Take My Eyes Off You” e de um medley que misturou “Shine a Light” com “All For Love”.
"Beijinhos", atirou o músico antes do adeus final.
Durante mais de uma hora, Bryan Adams foi o melhor amigo dos festivaleiros e provou porque é que continua com uma base forte de fãs nos seus concertos. Com total dedicação, canções populares e um sorriso, o cantor esteve ao leme do primeiro dia do MEO Marés Vivas e, sempre que voltar, será sempre bem recebido.
Com os James há sempre festa
Antes de Bryan Adams subir ao palco principal do MEO Marés Vivas, James aqueceram os festivaleiros. A banda britânica, com mais de 30 anos de carreira e autora de sucessos como “Sit Down”, “She´s a Star”, “Laid” e “Getting Away With it (All messed up)”, já é uma “repetente” no festival e sentiu-se em casa.
Durante mais de uma hora e 30 minutos, a banda levou os milhares de espectadores ao rubro com êxitos que estão na ponta da língua do público. “Olá, Porto”, atirou Tim Booth no arranque da atuação. “Não é Porto, é Vila Nova de Gaia”, apressou-se a corrigir Saul Davies, que conhece bem os cantos à ‘casa’.
O vocalista, sempre energético em palco, saltou para o meio da multidão em vários momentos da atuação e garantiu que ninguém descansava durante o concerto.
No primeiro dia do MEO Marés Vivas, atuaram também Miguel Araújo, Máximo Park e The K´s. Ao início da tarde, a música fez-se ouvir no palco Moche, um dos cinco espalhados pelo recinto, com Lhast, Domingues e Dj Oder.
Já no palco dedicado à comédia, a noite esteve a cargo de Inês Coimbra, João Dantas e Mónica Vale de Gato.
Ao longo dos três dias, o Marés Vivas recebe mais de 35 bandas e artistas nacionais e internacionais.
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