O festival estreia no final de agosto e cruza música portuguesa com património, numa proposta que quer crescer nos próximos anos até formar uma rede alargada de cidades e vilas com relevância histórica, assume à agência Lusa Eduardo Jordão, CEO da Seiva Bruta, que produz o ARTes:
“Mais do que uma primeira edição, este é um princípio de uma rede interpatrimonial e intermunicipal, que vai ao encontro de várias igrejas, castelos e vilas históricas - e a região Centro está repleta destes pequenos locais que são muito grandes na nossa história”.
O festival ARTes surge, desde logo, para “contribuir para a economia da cultura junto dos artistas e técnicos”, mas também a pensar, posteriormente, “na criação de uma rede de territórios onde se possa mostrar o repertório de novos artistas”.
“Mais do que executar concertos dentro de castelos, queremos que seja um sucesso para a população local e que permita para o ano encontrar mais parceiros que permitam mais extensão do evento, aqui à volta de Porto de Mós e Ourém, e, quem sabe, ir a Óbidos, Leiria, Pombal ou Tomar”, frisa o programador.
Neste arranque, a Seiva Bruta “foi à procura do melhor programa para a acústica e para aqueles locais importantes de Porto de Mós e de Ourém”.
“Estamos a ir ao encontro da arquitetura dos espaços, desenhando uma programação de acordo com os mesmos”, criando ligações entre o fado ou a herança mediterrânica de alguns projetos à história desses locais, explica Eduardo Jordão.
“Há uma multiculturalidade na música que queremos explorar, procurando ir ao encontro dos artistas para cada espaço”, acrescenta.
O programa preparado para ambos os fins de semana é complementar, apostando no fado em Porto de Mós e no jazz e na ‘world music’ em Ourém.
Em Porto de Mós, entre 28 e 29 de agosto, atuam os fadistas Francisco Sobral e Telmo Pires, mas também há nova música portuguesa com Remexido e não simão.
Para Ourém, dias 04 e 05 de setembro, está prometida a atuação de “Out of nowhere Duo” de Desidério Lázaro e Bruno Pernadas, o projeto “Guitolão” com António Eustáquio e Carlos Barretto e ainda se ouvirá a folk da cantautora venezuelana Yosune.
Em igrejas de ambos os concelhos apresenta-se também Rão Kyao, com o espetáculo “Sopro de vida”.
A par da música, o ARTes compreende um programa de ‘workshops’ de desenho e fotografia, teatro de improviso e visitas guiadas pelo património.
Comentários