Captada pelo fotógrafo Mohammed Salem, da agência internacional Reuters, na morgue do hospital Nasser, a imagem mostra Inas Abu Maamar, de 36 anos, abraçada ao corpo da sobrinha Saly, de cinco anos, já envolto num lençol branco, depois de ter sido morta por um míssil israelita que atingiu a sua casa em Khan Younis, na Faixa de Gaza.
“O júri ficou profundamente emocionado pela forma como esta imagem evoca uma reflexão emocional em cada espetador. Composta com cuidado e respeito, oferece um vislumbre metafórico e literal sobre uma perda inimaginável”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado sobre a imagem captada dias após o próprio fotógrafo ter sido pai.
Na categoria de História do Ano, a vencedora foi a sul-africana Lee-Ann Olwage com um trabalho em Madagáscar, sobre como “uma falta de consciência pública acerca de demência significa que as pessoas que mostram sintomas de perda de memória são muitas vezes estigmatizadas”.
“O júri apreciou como esta história aborda um problema de saúde universal através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens é composta com carinho e ternura e lembra os espetadores do amor e da proximidade necessários num tempo de guerra e agressão a nível mundial”, acrescentou a organização do mais importante prémio de fotojornalismo do mundo.
O fotógrafo venezuelano Alejandro Cegarra conquistou o prémio de melhor projeto de longo prazo com um trabalho sobre migrantes que tentam entrar no México pela sua fronteira a Sul.
Já na categoria de Formato Aberto, a vencedora foi a ucraniana Julia Kochetova, com um ‘site’ que “reúne fotojornalismo com um estilo de documentário pessoal de diário que mostra ao mundo como se vive com a guerra enquanto realidade quotidiana”.
Os quatro vencedores hoje divulgados foram escolhidos a partir dos 24 premiados regionais, que foram anunciados no começo deste mês.
As fotografias premiadas vão estar expostas em Amesterdão a partir de sexta-feira e até julho, passando por Portugal entre 29 de julho e 18 de agosto, em Portimão.
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