Esta quarta-feira (11) no tribunal de Manhattan, Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de violação e agressão sexual de que fora considerado culpado o mês passado em Nova Iorque.
Alegando que podia ser a primeira condenação, mas não o primeiro crime, o juiz James Burke atribuiu 20 anos pela agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral na ex-assistente de produção Mimi Haleyi e três pela violação em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann (foto) em março de 2013.
Após a sentença ser conhecida, ambas choraram na fila da frente da sala, onde se sentaram também outras mulheres que testemunharam contra o antigo produtor, incluindo Annabella Sciorra.
As "The Silence Breakers", um grupo que junta duas dúzias das mulheres que o acusaram de assédio ou abuso sexual, incluindo Ashley Judd, Rosanna Arquette e Rose McGowan, divulgou um comunicado em que diz que o "legado de Harvey Weinstein será sempre o de um violador condenado. Vai para a prisão, mas não há pena que vá reparar as vidas que arruinou, as carreiras que destruiu ou os danos que causou.
Tina Tchen, presidente e CEO da Time’s Up, grupo criado após o #MeToo para combater o assédio sexual e outros abusos nos locais de trabalho, indicou que "o trauma da agressão sexual e assédio é para sempre. Apenas podemos desejar que a sentença de hoje traga alguma paz a todas as sobreviventes de Harvey Weinstein".
Rosanna Arquette elogiou todas as mulheres do grupo, em especial Rose McGowan, e os jornalistas e editores do The New Yorker e The New York Times que investigaram e trouxeram para o conhecimento público a história dos abusos.
Mira Sorvino, que acusou o antigo produtor de assédio sexual, escreveu: "23 anos. Harvey Weinstein foi sentenciado a 23 anos de prisão pelos seus crimes de violação e agressão sexual. Chorei literalmente lágrimas de espanto e gratidão pelo sistema de justiça ter funcionado hoje em nome de todas as suas vítimas".
A atriz Mia Farrow, mãe de Ronan Farrow, cuja investigação foi decisiva na queda do produtor, expressou solidariedade por "todas as mulheres corajosas que, conhecendo os riscos, ousaram apresentar-se para dizer a sua verdade".
Ellen Barkin, que disse ter sido um dos alvos do rancor verbal do produtor, agradeceu às duas vítimas que viram feita justiça e às outras 108 sobreviventes e a quem acreditou nelas por "ajudarem a mudar o futuro para todos nós".
Jodi Kantor, uma das jornalistas que escreveu o artigo no New York Times, comentou que ambas estavam na sala e testemunharam o momento: "Weinstein foi algemado à sua cadeira de rodas e conduzido para fora da sala. As mulheres que testemunharam choraram a seguir. Irwin Reiter, o seu contabilista de 30 anos que secretamente nos ajudou a revelar a história, sentou-se mesmo atrás".
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