"Manifesto o meu pesar a toda a família e amigos do Zé Pedro, como era assim afetuosamente tratado por todos os portugueses o guitarrista dos Xutos & Pontapés", começa por escrever o Presidente da República.
No comunicado partilhado no site da presidência, Marcelo relembra que os primeiros passos de Zé Pedro "na música coincidiram com o despertar do país para o movimento punk, tendo mais tarde fundado uma das maiores bandas de rock de Portugal, e sobretudo uma das que mais tempo sobreviveu e acompanhou várias gerações".
"Era um guerreiro da alegria, da vontade de viver, de superar dificuldades, de nunca desistir. Chegou cedo demais o descanso deste guerreiro, que certamente não será esquecido por tantos e tantos amigos que deixou", frisa Marcelo Rebelo de Sousa na nota.
Em declarações aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, Marcelo Rebelo de Sousa evocou "com saudade e com gratidão" o guitarrista dos Santos & Pontapés, "por aquilo que deu a Portugal e aos portugueses".
O chefe de Estado considerou que Zé Pedro teve "um percurso excecional, sobretudo a partir de 1982, dos anos 80, e portanto, de mais de 30 anos, mais de 35 anos, compreendendo muitas gerações - que se reuniam, aliás, nos seus concertos - e fazendo também o percurso que o país ia fazendo".
"Todos nós recordamos aquilo que ele marcou no panorama musical, no panorama do rock português, mas também na sociedade portuguesa, porque em cada momento podemos identificar interpretações que tinham a ver com aquele instante da vida de Portugal. Acompanhámos ultimamente também a última tournée, nomeadamente o derradeiro concerto", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Zé Pedro morreu hoje, em Lisboa, aos 61 anos. O músico estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, tendo só sido assumida publicamente em novembro, a propósito do concerto de fim de digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.
José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos, “com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares”, como recordou num dos capítulos da biografia “Não sou o único” (2007), escrita pela irmã, Helena Reis.
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