A Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, concelho de Odemira (Beja), onde se juntam, desde hoje e até ao fim de semana, milhares de jovens num dos festivais de verão mais badalados do país, é também, ao longo do ano, o habitat natural de uma família de corujas-das-torres, que habita e nidifica no pórtico de entrada do recinto.
A organização não é alheia à presença das aves de rapina no recinto e, este ano, decidiu, em conjunto com a MEO, alertar os jovens para as alterações que a presença de milhares de festivaleiros causam na paisagem, com ações de sensibilização que permitam diminuir a sua pegada ecológica.
“Queremos que o público perceba que este espaço, ao longo do ano, está aqui e não é durante o período em que decorre o festival que o vão sujar. Por isso, vamos incentivar os jovens a limparem bem o local que ocupam no recinto”, explica Ana Tadeu, gestora de projeto do evento.
Nas edições anteriores, foram instalados ecopontos no recinto, mas, este ano, foi criada a "Brigada Coruja" que diariamente vai distribuir coletes e sacos pelos jovens voluntários para ajudarem na limpeza, “incentivando-os a recolherem o lixo" produzido no seu espaço do campismo.
Como forma de "alterar hábitos, no último dia, domingo, quando os festivaleiros se despedem do festival, voltamos a fazer uma ação de sensibilização e vamos premiar quem aderir a esta campanha com bilhetes para a próxima edição do Sudoeste”, revela.
Além das preocupações com o ambiente e a sustentabilidade, a organização do Sudoeste, que este ano espera uma “enchente” de 160 mil festivaleiros, assegura “mais segurança” no interior do recinto e “mais estacionamento” junto à Herdade da Casa Branca.
“Temos de receber bem as pessoas e para isso garantimos mais segurança, limpeza, casas de banho e mais estacionamento, com a criação de um parque do outro lado da estrada”, junto ao recinto, diz Luís Montez, promotor do festival, que começou a ser montado há cerca de um mês.
Até sábado, o festival organizado pela Música no Coração vai receber nomes como Anitta, Steve Aoki, Kura, 6Lack, Russ, Rita Ora, Joss Stone, além do cabeça de cartaz Post Malone, que sobe ao palco principal na noite de quinta-feira.
A zona do campismo abriu no último sábado e desde essa altura que diariamente chegam à Herdade da Casa Branca milhares de jovens, formando filas debaixo do "calor alentejano", para entrar no recinto e alcançar o melhor local para instalar a tenda.
Silvie Graça, 20 anos, percorreu 370 quilómetros, desde Pedrógão Grande até Odemira, no litoral alentejano, na companhia de dois amigos para a sua primeira experiência no festival de verão.
“Trabalhei nas últimas semanas para juntar algum dinheiro e vir pela primeira vez ao festival para assistir aos concertos de Post Malone e de Anitta e tenho a sensação que vai ser bom”, diz à Lusa.
Noutra zona do campismo, um grupo de jovens algarvios tenta a sua sorte, percorrendo os caminhos de terra, com mochilas e tendas às costas, na esperança de encontrar o local onde outros amigos já montaram acampamento.
“É uma experiência um bocadinho inovadora para mim, tanto pelo cartaz como pelo campismo, por isso espero alguma loucura e muita diversão”, conta Rodrigo Gonçalves, de Loulé, ansioso para ver o concerto dos portugueses Wet Bed Gang.
No interior do recinto, outros tantos festivaleiros, oriundos de norte a sul do país e "muitos espanhóis", já garantiram o seu lugar perto do palco principal ou do extenso canal onde a maioria dos jovens passa os dias no convívio entre mergulhos.
“Este é o 'País das Maravilhas' do Alentejo, uma mistura de férias com praia e, como são muitos dias a acampar, vive do convívio, das pessoas que se conhecem, das histórias que ficam para contar o ano inteiro. É um espaço de liberdade, cada um põe a tenda onde lhe apetece e com quem quer”, define Luís Montez.
Com um cartaz que aposta em nomes como Anitta, a cantora que “arrasta multidões”, na abertura do festival (quarta-feira), Post Malone, quinta-feira, Joss Stone e Timmy Trumpet, no sábado, o Sudoeste arranca hoje com a receção ao campista que vai contar com o norte-americano Ghastly e os portugueses Putzgrilla e Zinko.
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