Juntos, Frankie Chavez (Francisco Chavez) e Peixe (Pedro Cardoso) são Miramar, que é também o nome da praia a sul do Porto onde se refugiaram em 2017 a trabalhar canções para a série de concertos Guitarras ao Alto, no Alentejo, pensada para duos inéditos de guitarra. Meses depois, replicaram esse trabalho em estúdio e daí resultou o primeiro álbum, homónimo, editado em 2019.
“Desta vez também preparámos este disco em Miramar, e acabámos por gravá-lo também em Miramar, num estúdio incrível do João Bessa”, contou Frankie Chavez, em entrevista à Lusa.
Para o músico, “o facto de ter sido gravado onde foi e nas condições em que foi, no estúdio onde foi, influenciou [o novo álbum], mais que não seja o processo em que foi gravado”. “E, como tal, calculo que também tenha influenciado um bocado o resultado final do disco”, disse.
No primeiro álbum, são apenas os dois músicos a tocar várias guitarras, incluindo guitarra portuguesa, elétrica e ‘weissenborn’ (‘slide guitar’). Em “Miramar II”, algumas músicas são enriquecidas com som de percussão e piano.
Peixe considera isso “uma evolução natural” do projeto. “Durante o hiato que houve entre os dois discos, fomos falando disso, que era fixe termos outros instrumentos em algumas músicas do novo disco. Depois, quando chegámos ao estúdio e começámos a gravar, é que realmente percebemos ‘esta aqui era fixe ter percussão’, e ligámos ao Serginho”, recordou o músico.
Em relação ao pianista Mário Laginha, os dois já tinham partilhado “várias vezes” um com o outro “a admiração” que têm por ele. “Um dia a convidar alguém... o Laginha seria sempre uma grande honra”, partilhou Peixe.
“Miramar II” tem 11 temas compostos por Frankie Chavez e Peixe e uma versão de “Celulitite”, de Conan Osiris, canção que, de acordo com os músicos, “está muito no espírito de Miramar”.
O segundo álbum da dupla foi composto e gravado em plena pandemia da COVID-19 e isso acabou por ter influência. “No sentido em que estávamos ambos muito disponíveis para compor. Estávamos fechados em casa, e a determinada altura já tínhamos um leque de temas que podiam ser gravados, e resolvemos marcar estúdio”, referiu Frankie Chavez.
Ironicamente, a pandemia até “ajudou” esta dupla, visto que lhes deu “o tempo e a calma necessários para fazer o álbum”, e tornou “fácil coordenar agendas”.
O álbum “é também editado na Turquia” e a dupla está a tentar que seja “também distribuído em Itália”. Segundo Peixe, os concertos de apresentação de “Miramar II” deverão decorrer em março
Comentários