"Faleceu, infelizmente, hoje, às oito horas. Estava acompanhando da sua família. É uma grande perda para o Chile e para a arte internacional", declarou à AFP a embaixadora do Chile, Marcia Covarrubias, que acabava de visitar a família do artista.

"Após ter sido detido no campo de concentração de Chacabuco, no Chile, e ter residido no México, Ángel Parra viveu em França por 40 anos", acrescentou a embaixadora. Parra, preso após o golpe de 1973 de Pinochet, que então o forçou ao exílio, foi uma "grande figura da diáspora chilena".

"Ele lutava contra um cancro há quase três anos sem nunca deixar as suas histórias ou apresentações de livros e as suas gravações", escreveu a embaixada chilena num comunicado.

Ángel Parra nasceu em 1943 em Valparaíso. O músico era filho de Violeta Parra (1917-1967), artista chilena e uma das principais compositoras folcloristas da América Latina.

A sua mãe "era o elo com França", disse à AFP a embaixadora, salientando que o Musée de l'Homme, em Paris, celebra este ano o centenário do nascimento de Violeta Parra com uma série de conferências e exposições.

O músico não tardou em dividir o palco com a mãe. Em 1965, criou com sua irmã Isabel "La Peña de los Parra", famosa dupla chilena.

Em 2013, lançou o disco "Veceremos" em homenagem a Salvador Allende.

Ele é o autor do romance "Manos en la nuca" (2007), que evoca o golpe de Pinochet.

Em 2006, ele lançou um álbum no qual interpretava músicas de sua mãe e um livro sobre sua história.