Rafael Carvalho, que se tem dedicado ao ensino e à divulgação da viola da terra, apresentou há 10 anos o seu primeiro álbum, “Origens”.
Numa nota de imprensa, a Associação de Juventude Viola da Terra adianta que o músico "regressa, em 2022, com um álbum comemorativo" desses “10 anos de 'Origens'”.
Trata-se de um álbum duplo, com um CD que contém 20 originais do músico para viola da terra, revela a Associação.
De acordo com a mesma fonte, "14 desses originais foram escolhidos dos álbuns anteriores e seis novos temas foram gravados, propositadamente, para este álbum".
O álbum conta, ainda, com um DVD, que retrata o percurso de Rafael Carvalho desde a infância, na Ribeira Quente, em São Miguel, num testemunho na primeira pessoa, o seu trabalho como formador em várias escolas de violas.
Os testemunhos são alternados com videoclipes de 13 originais de Rafael Carvalho.
O músico e professor, que preside também à Associação de Juventude Viola da Terra, destaca a importância de divulgar a viola da terra, um instrumento musical de cordas típico dos Açores, pertencente à família das violas de arame portuguesas.
"A vontade de continuar a dar a conhecer a sonoridade da viola da terra, nas suas modas tradicionais, nas adaptações que foi fazendo de outros repertórios, e, principalmente, nos originais que foi apresentando, foram sempre a força motriz para levar todos os trabalhos a bom porto”, sublinha Rafael Carvalho, citado na nota de imprensa.
Ao longo de uma década, "este trabalho tem sido muito importante para a revitalização e divulgação" do instrumento musical e tem também "um cariz inovador, em que a viola da terra se apresenta muitas vezes a solo, mas também toca com gaita-de-foles, percussão, contrabaixo, flauta, violino, violoncelo ou violão, entre outros, sublinha a Associação.
A Associação de Juventude Viola da Terra adianta que o álbum estará disponível brevemente nas plataformas digitais e a sua apresentação está a ser preparada, para as próximas semanas, na ilha de São Miguel, nomeadamente em Ponta Delgada e concelho da Povoação.
Este álbum comemorativo estará ainda em destaque na programação do CORDAS World Music Festival, na ilha do Pico.
A Associação de Juventude Viola da Terra foi fundada em dezembro de 2010 na Ribeira Quente (município da Povoação), com o objetivo de promover e valorizar o instrumento e os seus tocadores, desenvolvendo inúmeros eventos e cursos.
O álbum, uma produção da Palco de Ilusões Produções Audiovisuais e Multimédia e Rafael Carvalho, conta com apoio do Governo dos Açores e da Direção Regional dos Assuntos Culturais.
A viola da terra teve origem no século XVIII e “sobreviveu graças ao povo”. Tem a caixa em forma de oito e tem 12 cordas: três ordens duplas (seis cordas mais agudas organizadas aos pares) e duas ordens triplas (outras seis cordas graves e organizadas em conjunto de três).
O instrumento é também conhecido como viola de arame ou viola de dois corações, sendo semelhante ao violão, mas de dimensões mais pequenas.
No passado, a viola da terra fazia parte do dote do noivo e o seu lugar na casa durante o dia era em cima de uma colcha axadrezada, como adorno do quarto do casal, assumindo, desde o povoamento do arquipélago, um lugar de destaque nos festejos, bailes, cantorias e serões.
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