A noite já prometia (e muito) com a abertura do concerto a cargo de Julia Michaels, reconhecida por sucessos como “Issues” ou “Heaven”, pertencendo esta última à banda sonora do último filme da trilogia de “As Cinquenta Sombras de Grey”. A norte-americana foi apresentando sucesso atrás de sucesso, incluindo temas onde a própria não é a voz associada, mas sim autora, como seriam os casos de “Sorry”, de Justin Bieber, ou “Love Myself”, de Hailee Steinfeld. O acolhimento foi tão bom que a artista terminou o concerto de abertura com a cara lavada em lágrimas e já incapaz de cantar perante a devoção do público português. Prevê-se regresso, claro.
No entanto, o entusiasmo escalou com a chegada de Niall Horan a palco, ao som de “On the Loose”, no início de mais um concerto da “Flicker World Tour”. “The Tide” foi a canção que se seguiu..
“Boa noite, Lisboa! Uau. Bem-vindos à ‘Flicker World Tour’. Oh, meu Deus! Isto é mesmo especial, não é? Já me tinham dito no backstage que esta era a melhor plateia da digressão, e parece que nos vamos divertir imenso hoje. É bom estar de volta a Portugal e ver-vos de volta numa sala tão boa quanto esta”, cumprimentou o cantor irlandês perante a resposta avassaladora do público presente com o passar de cada tema.
“This Town” foi o single que manteve a euforia, surgindo depois “Paper Houses” e “You and Me”, todos temas do seu álbum de estreia a solo, “Flicker”, editado no ano passado.
Houve também espaço para uma versão de Bruce Springsteen, a grande inspiração do cantor, com “Dancing in the Dark” como a canção de eleição após ressalvar o facto de Portugal ser sempre o país escolhido por si (ou pelo grupo a que pertencia) para terminar as suas digressões europeias, fosse na capital ou no Porto.
“Seeing Blind” e “Too Much to Ask” foram as faixas escolhidas para prosseguir com este concerto onde o público parecia não mostrar sinais de cansaço. “Não acredito como isto é lindo. Vocês são uma plateia fantástica! A próxima canção é a minha favorita, e por essa mesma razão não demorou nada a escrever, uma vez que eu sabia exatamente o que queria dizer. Agora apenas vos peço que guardem os vossos telemóveis no bolso, porque sinto que podemos criar um belo momento aqui, mas se estiverem a olhar através da vossa câmara, esse vai ser o modo errado”, pediu o cantor antes de nos brindar com a faixa que deu nome ao seu álbum.
A primeira referência aos One Direction surgiu com “Fool’s Gold”, seguida de “So Long”, onde o cantor se sentou ao piano para acompanhar a sua banda e nos presenteou com a sua tentativa, bem sucedida, de um agradecimento em bom português.
“Since We’re Alone” e “Fire Away” foram as últimas canções melancólicas que o artista apresentou, pedindo a colaboração dosfãs até à última gota de energia dos seus corpos com a chegada da reta final do concerto, num tom mais animado, que começou com uma outra versão. Desta vez o cantor interpretou “Crying in the Club”, de Camila Cabello, e ainda outro original, ao qual se seguiu “Mirrors” antes da interrupção do concerto para o encore.
Já de volta ao palco, o cantor irlandês voltou a puxar pela nostalgia ao apostar num outro sucesso dos One Direction, “Drag Me Down”.
“Slow Hands” era uma das canções mais aguardadas que veio a surgir já bem no fim do concerto, mesmo antes do cantor se despedir de todos com “On My Own” e mais um punhado de palavras sentidas. “Sem brincadeiras, este foi um dos melhores concertos que eu alguma vez já tive. Digo sempre isto, mas tudo o que nós fazemos é graças a vocês, e por isso eu agradeço-vos por tudo. Sei o quanto vocês poupam para poder aqui estar, e há tantos concertos a que podem ir, que agradeço por escolherem o meu. Espero que tenham sido devidamente recompensados”, despediu-se o cantor, vindo depois a abandonar o palco com a bandeira portuguesa por perto.
Podemos garantir, portanto, que a simpatia e carisma do cantor não sofreram alterações desde os tempos do sucesso do grupo britânico. A verdadeira prova de fogo recaía na sua capacidade de manter essa vivacidade e manter a qualidade musical numa carreira a solo. Agora, após a sua passagem por terras lusas, podemos dizer que a prova foi superada (e com distinção). Parece estar mesmo na direção certa...
Fotos: Ana Castro/ Texto: Carina Sousa
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