O concerto especial de abertura conta com o violoncelista Marc Coppey, como solista convidado, que interpretará o Concerto para violoncelo, de Édouard Lalo, com a Orquestra Sinfónica, sob a direção de Michael Sanderling, segundo o programa hoje divulgado pela Casa da Música.
Da programação para o mês de abril é destacado também o “muito aguardado” recital de Grigory Sokolov, no dia 22 de abril, com um programa constituído pelas quatro “Polonaises”, de Chopin, e os Dez Prelúdios, op.23, de Rachmaninoff, o mesmo apresentado dias antes, em dois recitais na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Igualmente "muito aguardado" é regresso do festival Música & Revolução, que acontecerá entre 23 e 25 de abril, sempre em redor da data da Revolução dos Cravos.
Durante estes três dias, a Orquestra Sinfónica Casa da Música e o Remix Ensemble homenageiam a obra de “um grande compositor” do século XX, desta vez o italiano Luigi Nono, passando também por “obras-chave” de Arnold Schoenberg e Bruno Maderna, que contextualizam a revolução empreendida por cada num, na contemporaneidade.
No dia 23, sob a direção de Jonathan Stockhammer, serão interpretadas, de Luigi Nono, as "Variações canónicas sobre a série do Op.41 de Schoenberg", e a obra para orquestra "A Carlo Scarpa, architetto, ai suoi infiniti possibili", a que se junta a "Sinfonia de Câmara n.º 2", de Schoenberg.
Carlo Scarpa (1906‑1978) era para Nono um exemplo de qualidade artística e de resistência heróica, sobretudo durante a ditadura fascista, quando foi proibido de exercer a profissão. Na altura, dedicou-se ao trabalho nas vidrarias de Murano, desenhando peças que se tornaram icónicas do design. A obra de Scarpa e as suas "infinitas possibilidades" combinam-se com as possibilidades infinitas do compositor.
O concerto do dia 24, sob o lema "Os pais de Nono", envolvem Bruno Maderna, com a "Serenata n.º 2", e de novo Schoenberg, com a "Sinfonia de Câmara n.º 1", op. 9. A orquestra será dirigida por Emilio Pomàrico.
No concerto final do festival, “as vozes de Noa Frenkel e Christina Daletska entoam palavras de filósofos e poetas como Nietzsche, Ovídio, Ezra Pound, Rilke e Rosenzweig, com a música e o ímpeto revolucionário de Nono”, exposto em "Luigi Nono: Guai ai gelidi mostri", para dois contraltos, ensemble e eletrónica, salienta a Casa da Música.
Os concertos com público prosseguem, no dia 28, a série dedicada ao compositor francês Philippe Manoury, com a interpretação de "Jupiter", por solistas do Remix Ensemble, com Stephanie Wagner, em flauta.
No dia 30, será a vez do classicismo vienense, com a "Sinfonia n.º 39, em Mi bemol maior, K. 543", de Mozart, dirigida pelo maestro Leopold Hager.
Todos estes concertos decorrerão com público, na Sala Suggia, mas “até lá, para os dias de confinamento e para o público que não pode usufruir de uma maior liberdade de movimentos, mantém-se uma programação regular no palco digital da Casa da Música”, acrescenta a instituição.
Neste contexto, as quartas-feiras de abril serão dedicadas ao compositor francês Philippe Manoury, com a transmissão de obras apresentadas na Casa da Núsica ao longo de 2020, e as manhãs de domingo “trazem outras propostas, incluindo a estreia de 'Nas Entre Linhas', do Serviço Educativo”.
Ainda a pensar nos mais novos e nas suas famílias, a Casa da Música, a Elbphilharmonie Hamburg e a Konserthuset Stockholm transmitem, em simultâneo, nos dias 3, 4 e 5 de abril, às 14h00, concertos produzidos por estas salas que fazem parte da European Concert Hall Organisation (ECHO).
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